Casual

K-Beauty, hit entre os adeptos das práticas de beleza, vive crise

Ritual coreano em queda: o que o índice de beleza mostra sobre os novos hábitos de consumo e como aponta o self-care minimalista como a tendência da vez

K-Beauty: o que o índice de beleza mostra sobre os novos hábitos de consumo (Shutterstock/Reprodução)

K-Beauty: o que o índice de beleza mostra sobre os novos hábitos de consumo (Shutterstock/Reprodução)

Publicado em 23 de julho de 2020 às 07h00.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 09h33.

A exportação de produtos cosméticos sul-coreanos para a China em 2019, em queda quando comparada aos anos anteriores, fez o sinal do setor econômico apitar e levantar um alerta de mudança no rumo do segmento. Segundo dados divulgados em maio deste ano, pela Fundação Koreana da Indústria de Cosmético, em 2019 houve apenas 13% no aumento das vendas da exportação de produtos badalados se comparados ao mesmo período de 2010, quando o número era de 87%. A média anual de crescimento da indústria na exportação entre 2013 e 2018 foi de 41%, algo significativo quando se trata especificamente dos produtos célebres, até então, no universo da beleza: os produtos K-Beauty (processo de 10 passos na rotina de beleza). A China é a segunda maior potência de consumo mundial de beleza, e só fica atrás dos Estados Unidos quando o é assunto consumo de cosméticos. 

No relatório de tendências publicado recentemente pelo WGSN, a geração Z chinesa está expandindo rapidamente os hábitos de beleza e mostra-se muito mais disposta a ser fiel à marca de itens beauté do que o país de origem da fabricação. Isso mostra uma certa relação analítica com o efeito na queda do consumo de produtos K-Beauty, já que eles não são reconhecidos por suas marcas, mas, sim pelos seus efeitos na pele. O report sinaliza ainda que esses consumidores chineses estão muito mais motivados a se envolverem com produtos exclusivos, de nicho e pela narrativa criativa da marca.

Outros tempos: consumo de beleza durante a pandemia

Diante de uma perspectiva mais global sobre o assunto, a queda das cifras nas exportações e vendas dos badalados K-Beauty sinalizam também sinais de outros tempos para gerações como as dos millenials. Vale aqui o questionamento dos excessos, a valorização do tempo, a busca pela simplicidade, pelo minimalismo e por produtos de produção local.

Segundo a especialista em tendências de consumo na área de beleza Gabriella Maretti, de São Paulo, num momento em que se vive uma crise como a pandemia do coronavírus, o consumidor em geral -  e não só os chineses - olhará muito mais para sua própria cultura, resgatando rituais do passado, tradições de família e receitas tradicionais. “Ele terá esse olhar, mas com uma formulação contemporânea. A busca pelo novo será em torno do que traz conforto e seja reconhecido por ele”, explica a especialista.

Não à toa, a vibe self-care com certo perfume de ingredientes naturais desponta como a tendência da vez na área de beleza. Os itens que remetem a bem-estar e aconchego ganham espaço na mente dos consumidores. “Nesse mesmo aspecto, de conforto e segurança, a natureza será ainda mais celebrada. Vimos que a forma como estávamos vivendo não era sustentável. A beleza da natureza será vivenciada, tanto do ponto de vista dos ingredientes e do poder de tratamento em relação à beleza, quanto por práticas sustentáveis do desenvolvimento do produto”, finaliza Gabriella Maretti.


Acompanhe tudo sobre:industria-de-cosmeticosBelezaCoreia do SulCosméticosCoronavírus

Mais de Casual

Feira na Índia mostrará talentos do país na arquitetura e no design; veja datas

O escritório de arquitetura favorito da Faria Lima e das big techs no Brasil

Casa Valduga é a primeira vinícola do Brasil entre as 100 melhores do mundo

Matchá e mochi: 5 cafeterias japonesas e coreanas para conhecer em São Paulo