(Mark Elias/Bloomberg)
Júlia Lewgoy
Publicado em 23 de outubro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 05h00.
A Mille Miglia, uma das corridas de carros mais famosas do mundo, está chegando aos EUA. A Mille Miglia original foi realizada quase anualmente no período de 30 anos entre 1927 e 1957 em um circuito de 1000 milhas (1.600 quilômetros) que formava um círculo curvado entre Bréscia, Bolonha, Roma e Milão. Carros italianos como Alfa Romeos, Maseratis, Lancias e Ferraris dominavam a corrida, assim como os pilotos italianos, mas marcas famosas como Jaguar, Porsche, BMW e Mercedes e algumas marcas americanas também participavam.
Após algumas batidas espetaculares e letais no fim dos anos 1950, a corrida terminou, mas foi retomada no fim dos anos 1970 como um rali de carros antigos em uma rota semelhante. Aberta apenas a veículos que competiram ou que teriam se qualificado para competir nas corridas originais, a competição atualmente atrai uma frota anual de centenas de veículos, inclusive clássicos, com preços de cinco a oito dígitos e pedigree de corridas e vitórias.
Agora, pela primeira vez, uma versão curta (150 milhas, ou 241 quilômetros) será realizada nos EUA de 25 a 27 de outubro no interior dos estados de Virgínia e Maryland, circundando Washington D.C. Haverá uma festa de gala na residência do embaixador italiano, a Villa Firenze, uma mansão em Rock Creek Park que já pertenceu à família Guggenheim.
“Este é o primeiro evento que a nossa organização realizará fora da Itália”, diz Francesca Parolin, gerente-geral da turnê, muitas vezes chamada de 1000 Miglia. “E tudo isso faz parte de um plano estratégico maior que o nosso conselho decidiu colocar em prática, uma expansão global da marca Mille Miglia para todo o mundo.”
Os requisitos de entrada são semelhantes aos da versão italiana. A participação é exclusiva para veículos que se qualificariam para participar da prova original, a 1000 Miglia de meados do século 20. Mas há uma diferença: a ênfase na celebração dos carros americanos.
“Na segunda Mille Miglia italiana, em 1928, o vencedor da primeira Mille Miglia pilotou um Cadillac e venceu em sua classe”, diz Mark Gessler, presidente da Historic Vehicle Association, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com a Smithsonian Institution e com a Biblioteca do Congresso americano para preservar e promover o patrimônio automotivo dos EUA. A associação é uma das principais parceiras da 1000 Miglia americana. “Foram pilotados Fords V-8 na Mille Miglia nos anos 1930. Até mesmo um dos primeiros Ford Thunderbirds, em meados dos anos 1950, participou da corrida.”
Esta primeira edição da 1000 Miglia americana apresenta muitas das marcas europeias já mencionadas, mas também alguns importantes veículos americanos -- e terá ainda mais modelos nos próximos anos com o aumento do número de participantes e da distância da corrida.