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Organização, experiência e grandes shows marcam Lollapalooza 2018

Com artistas de peso e diversas atrações para os fãs, festival conquista público e deixa gostinho de quero mais

Show do the Neighborhood, no Lollapalooza 2018 (I Hate Flash/Lollapalooza/Divulgação)

Show do the Neighborhood, no Lollapalooza 2018 (I Hate Flash/Lollapalooza/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 26 de março de 2018 às 09h55.

Última atualização em 28 de março de 2018 às 14h05.

São Paulo - Vivenciar a experiência do Lollapalooza é fazer uma maratona. Embaixo de um calor de 35ºC, o público que compareceu à 7ª edição do festival no Brasil, neste fim de semana, em São Paulo, se esforçou para acompanhar os três dias de shows, no Autódromo de Interlagos. Foi preciso muita água, bons sapatos, disposição e grande paixão pelos artistas. 

Mesmo a 1.300 reais o ingresso para os três dias, 300.000 pessoas passaram pelo Autódromo e se espalharam em quatro palcos para assistir a mais de 70 apresentações deste ano. A estrutura montada para atender os fãs consolidou esta edição do festival como a maior já realizada no país. A tecnologia empregada com as comandas diminuiu filas em comparação aos anos anteriores. E o transporte público, pela primeira vez, contou com uma ofensiva que deu conta de levar embora todo o público.

Além das mudanças estruturais, a disposição dos espaços também se alterou para atender o público de música eletrônica — o palco Perry's by Doritos foi colocado na entrada do festival, nos outros anos ele era bem menor e ficava na região mais afastada do evento.

A paixão pelos artistas esteve presente em todos os dias de festa. Na sexta-feira (23), por exemplo, o show do Red Hot Chili Peppers levou uma multidão para o palco Budweiser - o principal. Durante o show, o guitarrista Josh Klinghoffer levou o público ao delírio ao cantar Menina Mulher da Pele Preta, de Jorge Ben Jor. Outras apresentações, como de Alok, Chancer the Rapper e LCD SoundSystem, também mostraram a euforia do festival.

No sábado (24), foi a vez de Anderson .Paak comprovar porque ele é considerado o novo Kendrick Lamar do rap americano. No início da tarde, no entanto, uma falha nas caixas de som do palco Ônix interrompeu a apresentação de Liniker e os Caramelows, o que causou críticas por parte do público. Mas depois, Pearl Jam subiu aos palcos para encerrar o segundo dia de atrações com um bonito show, com direito a cover de Pink Floyd (Comfortably Numb).

Já no domingo (25), a magnitude do festival foi provada. O show de Lana Del Rey ficou marcado como o mais lotado desta edição. Praticamente todas as 100.000 pessoas que estavam no último dia de shows (a maioria adolescentes) assistiu ao espetáculo sensual da cantora americana. Mas o palco Ônix, onde ela se apresentou, não comportou o som para todo o público e uma parte ficou sem ouvi-la. O encerramento, entretanto, foi certeiro, com a escolha de The Killers para fechar a edição. Com direito a Dedé Teicher, apresentadora e membro do Scracho, tocando bateria em "For Reasons Unknown", a banda liderada por Brandon Flowers fez um espetáculo.

Tecnologia ajuda organização

Pelo segundo ano, o Lollapalooza contou com a pulseira Lolla Cashless, em parceria com o banco digital Next, do Bradesco. A substituição dos papeis e das transações financeiras dentro do Autódromo deu certo neste ano. Poucas filas e agilidade na recarga da pulseira nos caixas facilitaram o consumo de bebidas e comidas. Além da parte de alimentação, todos os serviços pagos (como compra de acessórios e produtos oficiais) foram realizados com a pulseira.

A gestora de projetos sociais, Samara Fonteles, participou de todas as sete edições do Lollapalooza no Brasil. Segundo ela, este ano foi o mais organizado. "Parece que a produção entendeu que é necessário dar conta da demanda de público, para que a gente consuma mais. Isso é inteligente", disse.

Os stands de bebidas nas áreas dos shows, entretanto, não deram conta de atender o público. Filas de mais de meia hora se formavam próximo dos horários das apresentações. Outra reclamação envolveu a falta de bebidas não alcoólicas com os vendedores ambulantes do festival.

O estudante Eduardo Camargo, de 22 anos, fez um bate e volta de Curitiba só para assistir ao show da Lana Del Rey, mas precisava andar até um posto fixo para comprar água ou refrigerante. "Não sei por que os vendedores só estão com cervejas, ficar subindo toda hora é cansativo", explicou.

Transporte

A maior parte do público do Lollapalooza foi e voltou de transporte público. Apesar de o Autódromo ser fora de mão, as opções de transporte garantiram o deslocamento das pessoas. Todos os dias, o horário de funcionamento da estação Autódromo da linha-9 Esmeralda, da CPTM, foi estendido.

Já quem mora perto de Interlagos e queria ir de ônibus, se decepcionou. O gerente de marketing Anderson Rocha ficou 40 minutos esperando transporte na Avenida Interlagos, mas só depois descobriu que o trajeto foi cancelado. "Tive que subir de táxi, mas eu moro a 15 minutos daqui, e não conseguia chegar", revelou.

Experiência conquista o público

Com a quantidade de shows em um mesmo dia, às vezes, o público quer se distrair. E distrações foi o que não faltou no Lollapalooza. Nos espaços montados próximos aos palcos, marcas como Budweiser, Next, Axe, Doritos e Petrobras abusaram da criatividade para entreter os fãs. Tatuagens, áreas de descanso, slackline e até cabelo, maquiagem e barbearia divertiram as pessoas durante os três dias de festa. A Budweiser, patrocinadora do primeiro Lolla em 1991, transportou o público de volta aos anos 90, com vagões de trens recheados de atrações da época.

Além das experiências para o público em geral, o Lolla Lounge foi o espaço das mordomias VIPs. Com valor médio de 3.000 reais para todos os dias de shows. Além das comidas e bebidas à vontade, o público pôde realizar diversas atividades. O stand da Next, por exemplo, oferecia jogos de fliperama ao estilo anos 80. Eram tantas as opções, que podia se passar horas só ali.

Já o Circus Hair, barbearia hype de São Paulo, colocou dez profissionais para cortar cabelos e fazer rápidos penteados. Era preciso, no entanto, marcar hora. A Petrobras Premia também seguiu a mesma onda de beleza e montou um stand com maquiadores. Depois das mudanças, era possível tirar fotos para as redes sociais.

A experiência mais disputada, com certeza, foi as flash tattoos. Cinco tatuadores se revezaram para atender à fila que ,de hora em hora, era renovada. Cerca de 100 desenhos pré-determinados foram disponibilizados. O produtor de eventos Lucas Amorin, de 25 anos, disse que se decidiu por ai ao longe quando soube das tatuagens. "Quando fiquei sabendo que poderia ter essa experiência, eu prometi que faria uma a cada dia. E fiz", contou.

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