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Cantor lírico Plácido Domingo é acusado de assédio sexual

Nove mulheres acusam Domingo, considerado o mais importante artista lírico vivo, de ter forçado relações com elas

Plácido Domingo: após as denúncias se tornarem públicas, a Ópera de Los Angeles, onde Domingo é diretor-geral desde 2003, afirmou que investigará as "preocupantes" acusações (Jack Vartoogian/Getty Images)

Plácido Domingo: após as denúncias se tornarem públicas, a Ópera de Los Angeles, onde Domingo é diretor-geral desde 2003, afirmou que investigará as "preocupantes" acusações (Jack Vartoogian/Getty Images)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2019 às 13h38.

Última atualização em 14 de agosto de 2019 às 13h55.

O famoso tenor espanhol Plácido Domingo se defendeu nesta terça-feira (13) das acusações de assédio sexual de várias mulheres, e a Ópera de Los Angeles, da qual é diretor, anunciou que investigará as "preocupantes" denúncias.

Em uma investigação publicada na noite de segunda-feira pela Associated Press, nove mulheres acusam Domingo, considerado o mais importante artista lírico vivo, de ter usado sua posição de poder para pressioná-las a se relacionar intimamente com ele.

Oito cantoras líricas e uma bailarina, das quais apenas uma aceitou se identificar, disseram à agência de notícias americana que foram assediadas sexualmente, em incidentes que ocorreram na década de 1980.

Uma delas afirma que o músico colocou a mão por baixo de sua saia, outras três de tê-las beijado à força. Todas mencionam gestos inapropriados, enquanto dezenas de entrevistados afirmam que foram testemunhas desses comportamentos.

Quando ocorreram os supostos incidentes, todas as denunciantes eram jovens e estavam no início de suas carreiras. Sete delas disseram que suas trajetórias foram afetadas por rejeitarem os avanços do tenor.

"As acusações destas pessoas anônimas que remontam inclusive a três décadas atrás são profundamente preocupantes e, da forma como foram apresentadas, inexatas", disse Domingo, de 78 anos, que exerce de diretor e gerente-geral da Ópera de Los Angeles, na Califórnia, em um comunicado enviado por seu agente.

"No entanto, é doloroso escutar que pode incomodar ou envergonhar alguém, mesmo que tenha sido há muito tempo e apesar de minhas intenções", diz o tenor, que é casado há muito tempo.

Após as denúncias se tornarem públicas, a Ópera de Los Angeles, onde Domingo é diretor-geral desde 2003, afirmou que investigará as "preocupantes" acusações.

"Plácido Domingo foi uma força criativa dinâmica na vida da LA Opera e na cultura artística de Los Angeles durante mais de três décadas", afirmou a prestigiosa instituição.

"No entanto, estamos comprometidos a fazer todo o possível para fomentar um entorno profissional e colaborativo onde todos os nossos empregados e artistas se sintam igualmente confortáveis, valorizados e respeitados".

O artista espanhol é uma das estrelas de ópera mais reconhecidas do século XX, protagonizando junto ao seu compatriota José Carreras e ao falecido italiano Luciano Pavarotti lendárias apresentações sob o nome de "Os Três Tenores".

Nos últimos anos, o cantor se tornou barítono, e ainda lota teatros no mundo todo.

"Pensei que todas as minhas interações e relações sempre tinham sido bem-vindas e aceitas. As pessoas que me conhecem ou trabalharam comigo sabem que eu não machucaria, ofenderia ou envergonharia alguém intencionalmente".

Domingo reconhece, porém, que "as regras e valores pelos que hoje nos medimos, e devemos nos medir, são muito diferentes de como eram no passado".

Após as acusações, a Associação de Orquestras da Filadélfia anunciou que estava retirando seu convite a Domingo para se apresentar em 18 de setembro.

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