Pesquisa HP: Quase metade (48%) dos trabalhadores do escritório estão muito esgotados emocional e fisicamente para realizar atividades e cumprir responsabilidades pessoais (Jirapong Manustrong/Getty Images)
Repórter
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 13h43.
Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 08h12.
A relação com o trabalho, principalmente no escritório, está colocando em risco a saúde dos profissionais, e há dados globais que comprovam isso: apenas um quarto (27%) dos funcionários que trabalham em escritórios, têm uma relação saudável com o trabalho, segundo “Índice de Relações com o Trabalho 2023” realizado pela HP, empresa de computadores pessoais e impressoras.
O estudo analisou mais de 50 aspectos do relacionamento da sociedade com o trabalho no formato on-line entre os dias 9 de junho e 10 de julho de 2023, em 12 países: EUA, França, Índia, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Austrália, Japão, México, Brasil, Canadá e Indonésia.
Considerando os países analisados, o Japão é o país que apresenta o menor índice (5%) de funcionários que tem uma relação saudável com o trabalho, de acordo com o estudo. Apesar do Brasil apresentar um índice acima da média global (37%), o país que apresentou o melhor índice do ranking foi a Índia com 50% dos funcionários.
"A primeira edição do Índice de Relação com o Trabalho da HP mostrou que o relacionamento do mundo com o trabalho está em um ponto de ruptura. De acordo com os achados do estudo, existem seis fatores que devem ser levados em consideração para redefinir essas relações, como liderança e espaços de trabalho. Ao redefinirmos essas relações, podemos evitar o cenário de ruptura que se desenha para o futuro," afirma Ricardo Kamel, presidente da HP no Brasil.
Veja como cada país se posiciona neste ranking e as expectativas de seus profissionais com o futuro do trabalho.
As relações dos profissionais de escritório com o trabalho variam muito de acordo com cada país, desde 5% que têm um relacionamento sadio no Japão até 50% na Índia.
Em geral, esse relacionamento é mais saudável em economias emergentes do que em alguns dos mercados mais consolidados, dos quais todos – exceto os EUA, por um ponto apenas – ficaram na média global de 27% ou abaixo dela.
HP Work Relationship Index (% de trabalhadores do conhecimento que têm uma relação saudável com o trabalho
Os trabalhadores do conhecimento afirmaram no estudo que, quando sua relação com o trabalho não é como gostariam que fosse, eles têm dificuldades em termos de bem-estar mental, emocional e físico:
Em relação à saúde física, 62% disseram que:
Em relação ao bem-estar mental e/ou emocional, 55% apontaram que:
Outros dados reforçam esses pontos:
Esses sentimentos podem impactar além da vida profissional, criando um círculo vicioso – a vida impactando negativamente o trabalho, que impacta negativamente a vida e assim por diante.
Apesar de 27% dos trabalhadores do conhecimento se relacionarem saudavelmente com o trabalho, de acordo com os países estudados, 32% não têm uma relação saudável com ele e 41% estão em uma “zona de risco”.
A maioria (76%) das pessoas que não têm relações saudáveis com o trabalho cogita sair de sua empresa atual.
Além disso, trabalhadores que não se relacionam com o trabalho de maneira sadia não estão propensos a apoiar sua empresa: um quarto (24%) está disposto a recomendá-la como um bom lugar para trabalhar. Essa tendência é especialmente forte em pessoas de países desenvolvidos:
Quando a relação deles com o trabalho não é como eles gostariam, % dos trabalhadores do conhecimento que...
Trabalhadores do conhecimento na verdade considerariam ter um salário mais baixo para ter mais satisfação com o trabalho, segundo o estudo da HP: 83% deles de fato estão dispostos a ganhar menos se isso significar gostar mais do trabalho.
% dos trabalhadores do conhecimento que estão dispostos a aceitar um salário mais baixo em troca de uma relação melhor com o trabalho
Os mais jovens estão particularmente dispostos a ir além das palavras e agir: 93% dos trabalhadores do conhecimento da geração Z e 89% da geração Y estão dispostos a reduzir seus salários por uma relação melhor com o trabalho.
% de redução salarial que os trabalhadores do conhecimento estão dispostos a aceitar:
Na média global, 58% dos trabalhadores de escritório afirmam que suas expectativas quanto à qualidade de seu relacionamento com o trabalho aumentaram nos anos recentes:
As gerações também possuem um papel importante neste estudo. As gerações Z e Y são as que estão exigindo mais do trabalho e do local de trabalho, embora mais de 50% da geração X e mais de 40% dos “baby boomers” estejam se impondo também.
% dos trabalhadores do conhecimento que afirmam que as expectativas quanto à relação com o trabalho aumentaram nos últimos dois ou três anos:
Os líderes das empresas e seus funcionários concordam sobre a importância de criar – e vivenciar na prática – a conexão emocional e a empatia no trabalho.
Na média global, 64% dos trabalhadores de escritório afirmam que é importante que as pessoas sejam encorajadas a expressar suas emoções no local de trabalho. Veja o resultado por país:
Os líderes das empresas concordam que um novo tipo de liderança é necessário, com:
Ainda que essas porcentagens sejam altas entre os líderes, eles não estão cumprindo suas próprias metas comportamentais, do ponto de vista dos empregados:
Especificamente, os trabalhadores do conhecimento estão dispostos a renunciar a 11% de seu salário por isso. Novamente, isso é ainda mais válido para as gerações mais jovens, que compõem uma proporção crescente da força de trabalho global.
% de redução salarial que os trabalhadores do conhecimento estão dispostos a aceitar para...
Para confrontar esse cenário de baixo índice de saúde no trabalho, a HP analisou mais de 50 aspectos do relacionamento da sociedade com o trabalho e identificou seis fatores que levarão a relações sadias com o trabalho:
Na média global, 79% afirmam que seu empregador e sua liderança sênior têm um papel a desempenhar para mudar as relações para melhor e 73% reconhecem seu próprio papel na efetivação dessa mudança.
“Há uma enorme oportunidade para fortalecer a relação com o trabalho de maneiras que sejam boas para as pessoas e para os negócios”, afirma Enrique Lores, presidente e CEO da HP Inc.
“Como líderes, devemos sempre rejeitar a falsa escolha entre produtividade e felicidade. As empresas mais bem-sucedidas são construídas com culturas que permitem aos funcionários se destacarem em suas carreiras e, ao mesmo tempo, prosperarem fora do trabalho”, completa Lores.