Carreira

O importante é como você gasta, não o que você ganha

Se você mudar pequenos hábitos, economizará o suficiente para trocar de carro, reformar sua casa e até comprar um novo imóvel


	Deixar de comer pizza uma vez por semana representa uma economia de R$ 9.702 em 5 anos
 (Stock.xchng)

Deixar de comer pizza uma vez por semana representa uma economia de R$ 9.702 em 5 anos (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 12h31.

São Paulo - Você já se deu conta de que economizando uma graninha em happy hour poderia, em pouco tempo, trocar de carro? Se deixasse de ir ao restaurante com os amigos uma vez por mês, guardaria dinheiro suficiente para, em dez anos, adquirir a casa própria ou comprar um apartamento maior?

A lógica é simples. Quanto antes você começar a investir, maior será o volume acumulado — e estamos falando em menos de uma década. A desculpa de que não sobra dinheiro para os investimentos não cola.

Lembre-se de um dos principais mandamentos de finanças pessoais: o importante não é quanto você ganha, mas como gasta seus recursos. Aos 25 anos, parte do salário, mesmo que ele ainda seja baixo, costuma ficar comprometida com outros objetivos: compra do carro, prestações da casa própria, pós-graduação e viagens. Ainda assim, é possível fazer sobrar algum trocado.

Quer saber como? A pizza com refrigerante em casa, toda semana, custa cerca de 40 reais, considerando o preço da pizza mais a taxa de entrega cobrados pelos restaurantes da zona oeste de São Paulo. Essa quantia acumulada em um mês representa 160 reais. Ao longo de um ano, o valor somado com rendimento de 0,71% ao mês alcançaria 2.042 reais.

Em cinco anos, somaria 9.702 reais, segundo cálculos de Clodoir Vieira, economista-chefe da Souza Barros Corretora, de São Paulo. Para ele, quando não está sobrando grana para as metas futuras, é preciso repensar gastos que caíram na rotina . 

A relações-públicas paulistana Karina Louzada, de 34 anos, começou a poupar desde os 19 anos, seguindo a recomendação dos pais. Todo mês, ela deposita uma parte de seus rendimentos em dois planos de previdência. O primeiro deles foi contratado em 1993, logo que Karina arranjou um estágio, no primeiro ano de faculdade.

Nessa época ela depositava menos de 50 reais, dinheiro que economizava assistindo a filmes em casa em vez de ir ao cinema. Em 2003, ela passou a contribuir também para um segundo plano, ambos de perfil conservador, com a carteira concentrada em renda fixa.


Hoje, funcionária de uma seguradora com atuação mundial e com o salário bem maior do que na época em que era estagiária, Karina resolveu aumentar os depósitos mensais para 173 reais e 250 reais, respectivamente, nos diferentes planos.

Com base nessa realidade, a seguradora prevê que, aos 60 anos, ela terá uma renda mensal vitalícia de 1.500 reais, somando os dois benefícios. "A quantia complementará outros rendimentos que me programo para ter lá na frente, quando me aposentar", afirma. 

 Sem Imposto de Renda

Uma parte dos gastos com diversão pode ser revertida para o planejamento futuro e render muito no longo prazo, pois os ganhos sobre o capital sempre são reinvestidos (juro composto). Nesse caso, um dos produtos financeiros mais rentáveis é a previdência complementar. Muita gente ainda acha que o investimento em previdência é só para a aposentadoria. Esse produto financeiro oferece diversas vantagens para o pequeno poupador.

Uma delas é tributária. O imposto que incide sobre as aplicações de previdência é menor em relação às outras modalidades. Se você busca segurança em suas aplicações e pode deixar a grana render por mais de dez anos, para que as compensações tributárias realmente valham a pena, este é um investimento quase imbatível.

Uma simulação feita com 200 reais ao mês em plano de aposentadoria balanceado para jovens de perfil arriscado (com até 49% de renda variável em carteira) somaria 107.500 reais em dez anos, conforme cálculos da empresa Towers Watson, líder global de serviços profissionais. É dinheiro suficiente para reformar com tranquilidade sua casa ou comprar um pequeno apartamento no interior. 

Uma das vantagens dos produtos de previdência Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é a ausência de incidência de Imposto de Renda (IR) durante os depósitos.

"Em dez anos com depósitos regulares, a taxa de administração do plano (se não superior a 1% ao ano) pode ser compensada pela rentabilidade livre de impostos durante os aportes", explica Evandro Oliveira, consultor sênior da área de previdência da Towers Watson.


A partir dos 35 anos, as despesas fixas aumentam em função de moradia, carro e família. Ainda assim, seu salário tende a ser maior do que no início da carreira. É a hora de priorizar o aumento da reserva no investimento, principalmente se você começou com pouco.

Aportes de 800 reais em um plano de aposentadoria de perfil moderado (renda variável até 15%) somariam 229 600 reais em dez anos, segundo cálculos da Towers Watson. Com essa grana você pode comprar uma nova casa ou apartamento, ou então trocar de imóvel, se você busca uma moradia mais espaçosa.

Depois dos 40

Aos 45 anos, a recomendação é que o investidor assuma menos riscos porque seus compromissos financeiros e pessoais são maiores. Teoricamente, nessa etapa de vida a pessoa está no auge da carreira e seria possível poupar um pouco mais. Se aplicar 1.500 reais mensais em um plano de previdência conservador (100% em renda fixa), passada uma década, dos 45 aos 54 anos, essa reserva atingiria 241.700 reais.

O cálculo para o acúmulo de recursos, entre 25 e 54 anos, considerou a migração da grana nas diversas fases da vida: da mais arriscada, no fim de dez anos, para a carteira moderada. Novamente, passados dez anos, a pessoa migra do moderado para assumir uma carteira mais conservadora.

Somando todos os valores acumulados em cada uma das etapas, ela chegará ao fim do período com 578.800 de reserva e poderá planejar tranquilamente o que fazer com o dinheiro.

O recurso não deve ser encarado como a reserva que você deve formar durante a fase mais produtiva de sua vida — ele representa as pequenas economias que são feitas ao longo dos anos, sem prejudicar seu padrão de vida e que vão lhe garantir grandes prazeres no futuro. É um bom dinheiro que exige somente economizar um pizza por semana ou uma ida ao restaurante por mês. 

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