Carreira

O tolo evitar ouvir ideias que vêm da base

O sábio reconhece que não pode desprezar uma sugestão, por mais simples que pareça

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2013 às 13h39.

São Paulo - O jovem era apenas um estagiário naquela companhia, mas já estava lá havia tempo suficiente para se dar conta de que muitos dos processos e procedimentos eram executados não por serem necessários, mas por estarem enraizados na rotina da empresa.

Foi então que, armado de coragem, o jovem procurou o gerente para sugerir uma coisa tão simples quanto lógica: usar as caixas  dos fornecedores de produtos como embalagens para despachar suprimentos para os departamentos e filiais. Bastava colocar uma etiqueta. 

A prática de obrigar os fornecedores a levar embora as embalagens vinha de uma época em que essa providência baratea va os produtos, o que há muito tinha deixado de ser verdade, mas era mantido por hábito. Com o tamanho atual da empresa, e a dispersão de suas unidades, a nova medida provocaria uma economia razoável, além de diminuir o desperdício. 

Mas quem disse que o gerente prestou atenção na ideia? Afinal, se assim era feito havia tanto tempo, devia ser por um bom motivo, não é mesmo? Além disso, a ideia vinha de um estagiário. Continua tudo como antes, e não se fala mais nisso, OK? OK.

Só que a cena toda foi assistida por um diretor, que se deu conta de que a proposta fazia sentido e resolveu patrocinar a ideia ele mesmo, o que acabou dando supercerto. O acontecido foi colocado na reunião mensal, com o gerente fazendo de conta que não era com ele.

Só que o diretor não deixou barato e aproveitou para lembrar a todos que um dos valores da empresa é a inovação, e que isso não tem só a ver com a criação de novos produtos, e sim com tudo, dos processos à comunicação. "A inovação, sendo um atributo de cultura, tem de estar na cabeça de todos", disse o diretor. 

Não dá para desprezar uma sugestão, por mais simples que pareça, só porque ela partiu de um estagiário. Nesse momento, tirou do baú da filosofia chinesa a frase adequada: "Quando um dedo aponta uma estrela, o sábio olha a estrela e o tolo olha o dedo".

 Ditados são para isso mesmo, para fazer pensar. Por que o gerente não prestou atenção, afinal de contas? Dando-lhe o benefício da dúvida, podemos imaginar que foi porque ele estava muito ocupado, concentrado em algo urgente. Mas, pelo desenrolar da história, dá para perceber que foi porque a ideia vinha de um estagiário, um dedo insignifcante apontando algo que nem valia a pena ver o que era.

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoComportamentoEdição 185gestao-de-negociosIdeiasLiderança

Mais de Carreira

'Seu passado não te define, você pode chegar muito mais longe', diz brasileira VP global da IBM

72% das pessoas dizem ter 'cônjuge de trabalho'; conheça o conceito

O que é um 'guerreiro feliz'? Saiba se você é um ou se trabalha com alguém assim

Posso ser demitido por justa causa por causa do vale-refeição?