São Paulo - Com o fraco desempenho da atividade econômica nos últimos meses, os consumidores têm reduzido suas compras. Em setembro, a pesquisa de intenção de consumo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) registrou queda de 7% na comparação com o ano anterior.

"Há um conjunto de incertezas, sobretudo em relação ao mercado de trabalho, fazendo com que o consumidor fique mais cauteloso", diz Aloizio Campelo, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado é que, segundo a CNC, 20,7% dos comerciantes estão com estoques acima do nível adequado. Agora boa parte dos varejistas tenta se livrar dos produtos acumulados. "Está havendo um movimento de enxugar o inventário", diz Fabio Bentes, economista da CNC.

Nas concessionárias, já é possível ver carros novos sendo fnanciados em 60 meses. Até novembro, a temporada será de promoções no comércio. Para os consumidores, é uma oportunidade de antecipar o Natal e economizar nas compras que seriam feitas em dezembro, quando os preços sobem.

Mas é preciso prestar atenção em alguns detalhes, como evitar as compras financiadas. Com a taxa básica de juros da economia subindo, essa modalidade de compras pode fcar mais cara. Portanto, vá às compras com um olho nas vitrines e outro na calculadora. 

Promoção sem dor de cabeça

Fique atento a alguns detalhes antes de sair às compras

• Fuja dos importados. A desvalorização do real frente ao dólar tem obrigado os comerciantes a repassar a diferença ao consumidor, elevando o preço desses itens. 

• Só vá às compras se não estiver endividado. Se você já está operando no vermelho, é melhor aguardar o reforço do 13º salário.

• Evite o cartão de crédito. A taxa do rotativo é atrelada à taxa Selic, cuja tendência é de alta. Isso pode deixar sua fatura mais cara.

• Esse não é o melhor momento para compras financiadas, como a de carro. Desde abril, a Selic passou  de 7,25% para 9% ao ano.

• Não perca o controle do orçamento. Lembre-se de que, se fzer uma compra não planejada, precisará cortar outras despesas. 

• Negocie as compras à vista. "O momento favorece descontos ainda maiores", diz Álvaro Modernell, especialista em educação financeira.