Em um ano de incertezas econômicas os imprevistos serão cada vez mais comuns. O ideal é manter a calma para que pequenas gotas de chuva não se tornem tempestades. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2015 às 08h08.
Com um cenário incerto na economia e equipes mais enxutas nas empresas, os imprevistos serão cada vez mais frequentes no dia a dia de trabalho. Descubra o que fazer para não se desesperar e deixar que eles fujam de seu controle.
O problema: Incapacidade de eleger prioridades
A solução: Antecipar os contratempos
Embora imprevistos aconteçam, alguns deles podem ser antecipados com a análise do cenário e a criação de estratégias alternativas para todas as situações. “É preciso traçar possibilidades, e para cada uma delas oferecer uma solução”, diz Fernando Jucá, da Atingire, consultoria de São Paulo.
Um momento bom para fazer isso é logo após a resolução de um problema, quando será mais fácil analisar as causas e as consequências e prever situações semelhantes.
O problema: Acúmulo de tarefas
A solução: Organizar a agenda
Viver com uma agenda abarrotada de tarefas sem nenhuma folga para eventuais problemas faz com que os profissionais se sintam mais pressionados quando surge uma situação adversa.
Por isso é importante ter alguns períodos de folga, como faz Leonardo Sabedot, de 34 anos, gerente-geral da Lincoln Electric, multinacional americana do segmento de soldagem, de São Paulo.
Ele procura organizar os compromissos de modo a ter folgas para visitar clientes e resolver pendências. “Dou um jeito de ter tempo para ouvir os problemas dos clientes com calma e tentar ajudá-los”, diz Leonardo. Além de dar uma segurada nos ânimos a estratégia pode até ajudar na produtividade. "Se não acontecer nenhum imprevisto, o profissional consegue adiantar tarefas do dia seguinte", afirma Alexandre Rangel, coach de São Paulo.
O problema: Ficar desesperado com as más notícias
A solução: Ser realista
Sofrer demais porque um imprevisto surgiu não ajuda em nada a encontrar soluções. Manter a calma e avaliar a dimensão real do problema e o impacto que ele vai ter na estratégia da empresa é a melhor alternativa para tomar uma boa decisão. “Às vezes, uma gota de café ganha uma proporção muito maior do que tem e estraga seu dia”, diz Alexandre.
Também procure não ficar reclamando e não desconte o estresse nos outros. Quem toma essa atitude, além de não contribuir em nada para a resolução do problema, piora o clima no trabalho. “Momentos de crises são oportunidades de alavancar a carreira e demonstrar uma boa liderança", diz Rafael Souto, CEO da Produtive, consultoria com sede em São Paulo. As crises são passageiras, mas comportamentos extremados podem prejudicar sua imagem para sempre.
O problema: Um imprevisto que parece não ter saída
A solução: Ser flexível e criativo
As situações inesperadas são boas oportunidades para demonstrar flexibilidade e inovar. Foi o que ocorreu com Eduardo De Come, de 48 anos, diretor financeiro da Mineração Caraíba, com sede na Bahia.
O executivo foi surpreendido por um problema durante a importação de uma nova linha de produtos que vinham da Europa. Quando boa parte dos produtos já estava no meio do caminho, surgiu uma nova taxa, aumentando 200% o preço.
Como não dava para cancelar a operação, o jeito foi partir para a venda direta, que não era uma atividade da empresa. Criou-se um sistema para realizar esse processo, e a estratégia funcionou. Por não precisar de revendedores, foi possível evitar prejuízos. "Quando surgem imprevistos que precisam de uma solução rápida é necessário colocar a criatividade para resolvê-los", diz Eduardo.
O problema: Falta de gente para resolver o imprevisto
A solução: Integrar pessoas
Alguns problemas não poderão ser resolvidos rapidamente e será necessário envolver pessoas com competências diferentes — e de várias áreas. Nesse momento é preciso depositar confiança em colegas e subordinados e pedir ajuda o mais rapidamente possível para não atrasar o processo.
Com a tecnologia ficou mais fácil colocar profissionais de diversas equipes em um hangout para pensar coletivamente e tomar as melhores decisões. “Os resultados serão melhores quando o conhecimento for compartilhado”, diz Flávio Boan, da consultoria Falconi, de São Paulo.
Se sua equipe estiver muito enxuta, vale até apelar para a rede de contatos e pedir ajuda a um ex-colega ou a um profissional de fora da empresa que você confie. "Alguém externo pode trazer um olhar diferente e propor uma solução mais inovadora", afirma Rafael.