Carreira

298 214 vagas em todo o Brasil

Pesquisa da VOCÊ S/A revela onde estão os emprego agora. São oportunidades para técnicos, gestores e trainees em 217 empresas de todo o país

Ilustração - Trabalhadores (Marcelo Calenda/EXAME.com)

Ilustração - Trabalhadores (Marcelo Calenda/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Em sua 7ª edição, o levantamento exclusivo da Você S/A sobre oportunidades de emprego registrou recorde no número de empresas participantes e de vagas apuradas. Este ano, 217 companhias participam da pesquisa. Juntas, elas pretendem abrir 298 214 postos de trabalho, de trainees a executivos. Esse total é 73% superior ao do ano passado.

Para analistas de mercado e consultores, o resultado final da pesquisa da VOCÊ S/A reflete o bom momento da economia e o otimismo dos empresários, que cresceu este ano. “Os investimentos estrangeiros continuam chegando ao país e temos um mercado interno forte”, diz Gustavo Costa, diretor da consultoria Hays, de São Paulo. 

Nesta edição, trazemos uma média de 1 374 vagas por empresa, 18% a mais do que no ano anterior. Mesmo com o aumento considerável no número de postos em relação a 2010, não houve aumento expressivo na média porque mais companhias de pequeno e médio porte estão participando. Há organizações de setores que antes não apareciam no radar da pesquisa. É o caso de educação e saúde.

Segundo o levantamento, as oportunidades para técnicos e especialistas, bem como para executivos, serão maiores. Ao todo, são 56 026 posições para os primeiros e 11 414 para cargos de liderança. Esses números estão em linha com a percepção de headhunters e consultores, profissionais que trabalham para firmas que buscam gente qualificada no mercado a pedido dos grandes empregadores do país. “As contratações de executivos devem crescer 15% neste ano em nível nacional”, diz Gustavo, da Hays. 

Esta edição da pesquisa está ainda mais diversificada: são 17 setores, ante os 12 apresentados em 2010. O que mais oferece vagas é o de serviços, seguindo a tendência nacional — são 120 139. É um segmento que está sendo beneficiado pelo aumento do poder de consumo da classe C, que passa a ter recursos no orçamento doméstico para comprar itens que antes não podia, como as passagens aéreas. A Azul Linhas Aéreas cresceu 103% no ano passado e está com 1 500 vagas abertas para este ano.

A Decolar.com, site de vendas de serviços turísticos, vai quase triplicar o tamanho de sua equipe com a contratação de 550 pessoas. O varejo também vai demandar muita mão de obra. De acordo com a pesquisa da VOCÊ S/A, serão 34 352 oportunidades, sendo 1 958 para cargos gerenciais.

“É um setor com forte demanda por profissionais porque atende principalmente ao mercado interno. Mas há mais empresas estrangeiras estudando a possibilidade de expandir suas redes em território brasileiro”, diz Guilherme Baldacci, sócio-diretor da GS&MD–Gouvêa de Souza, consultoria especializada no segmento. Para Guilherme, essas companhias virão atrás de executivos brasileiros com propostas bem atrativas. O destaque do varejo é o Grupo Pão de Açúcar, que pretende contratar 14 000 funcionários, sendo 1 400 líderes. 

Outros setores que oferecem boas oportunidades são a indústria da construção e a indústria digital, com 17 466 e 19 377 vagas, respectivamente. Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as previsões otimistas se devem aos já conhecidos programas do governo,  — como o PAC —, à maior oferta de crédito imobiliário e ao crescimento da renda familiar. A participação das empresas da indústria digital no levantamento da Você S/A mais que dobrou.


O número de companhias que voluntariamente quiseram divulgar suas vagas passou de 21 para 44. Para Sérgio Sgobbi, diretor de educação e recursos humanos da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), isso se dá não somente porque o mercado de tecnologia da informação está aquecido, mas principalmente porque tem dificuldade em encontrar funcionários e precisa divulgar as vagas.

“Temos um déficit de 70 000 profissionais, e as contratações para este ano devem crescer porque o setor vai expandir 20%”, diz. Um exemplo é a CPM Braxis Capgemini, que quer dobrar de tamanho em três anos e prevê contratar 2 000 profissionais em 2011, 1 800 técnicos e especialistas e 50 executivos. 

Na próxima página, você confere o perfil do profissional ideal, de acordo com as empresas que participaram do levantamento da VOCÊ S/A. Há oportunidades de trabalho em todo o Brasil, sendo que em determinados lugares há muito mais vagas do que profissionais. Conheça melhor o perfil do cargo para o qual você pretende se candidatar — afinal, as companhias estão mais rigorosas do que no passado. Os empregos estão aí, atualize seu currículo e boa sorte.

O perfil ideal

Mesmo com a dificuldade de preencher as vagas, as organizações não estão menos exigentes. Para o levantamento da Você S/A, pedimos que as companhias apontassem quais características, entre habilidades técnicas e comportamentais, elas mais buscam nos profissionais na hora de contratar. Foram eleitas  para as cinco primeiras posições competências comportamentais e habilidades individuais à frente de quesitos técnicos e de formação. 

As cinco características mais votadas, na ordem de exigência das empresas, foram: boa comunicação, flexibilidade, liderança, alta energia e pensamento estratégico. “As competências técnicas valem pouco se o funcionário não tem a disposição interna para colocá-las em ação”, diz Tania Casado, coordenadora do Programa de Desenvolvimento de Carreiras da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Para a presidente da consultoria mineira Dasein, Adriana Prates, especialista em desenvolvimento de competências, as companhias estão olhando mais para as características individuais porque a qualificação dos bons profissionais está praticamente equiparada no mercado. “As formações, as especializações e o estudo de idiomas já viraram uma obrigação para o bom profissional. E, em um grupo de gente igualmente qualificada, características individuais fazem a diferença”, diz.


Para Tania, boa comunicação é saber se relacionar bem com os outros. “Antes, as pessoas podiam decidir tudo sozinhas de seu escritório. Hoje, as decisões são tomadas em conjunto, é preciso interagir.” Mais que isso: é preciso saber se fazer entender. “É a capacidade de ouvir e de estimular o pessoal a chegar a uma conclusão comum”, diz Adriana, da Dasein.

Flexibilidade, a capacidade de buscar alternativas a um problema, é outra habilidade muito exigida. “Buscamos um profissional que saiba lidar com novas situações, que não se esquive diante de um obstáculo, mas que o encare como um novo desafio”, diz Alessandra Tomelin, gerente de RH da empresa Vagas, que desenvolve ferramentas de recrutamento para terceiros. 

Gestor 2.0

O papel do líder está sendo revisado. Se antes um líder era aquele que demandava e exigia obediência, hoje é aquele que engaja os funcionários em prol de um resultado. E o profissional com espírito de liderança é o que envolve toda a equipe para alcançar as metas. Ter alta energia também é uma habilidade individual, assim como otimismo, que aparece na lista na oitava posição. “Uma pessoa com essa personalidade se entrega, encara a organização como se fosse seu próprio negócio”, completa Gustavo Costa, diretor da consultoria Hays, com escritório em São Paulo. 

Um profissional com pensamento estratégico  não é bitolado, não funciona apenas no operacional. Ele olha o negócio como um todo. Das competências listadas, inglês foi a primeira das técnicas, na sexta posição geral. E pós-graduação e MBA aparecem em décimo primeiro lugar. Comprometimento, trabalho em equipe e foco em resultado também estão na lista. 

Colaboração: Lucas Rossi

Acompanhe tudo sobre:Edição 153EmpregosMercado de trabalhovagas-de-emprego

Mais de Carreira

Sucesso já é parte da sua vida? Responda estas 6 perguntas para descobrir

O que seu prazo para começar em um novo emprego revela sobre você

4 estratégias para estudar melhor matérias que você odeia

Por que a Netflix mudou a sua famosa cultura de trabalho