(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
Mariana Martucci
Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 21h02.
A Organização Mundial da Saúde informou que precisa de recursos para o Covax, o mecanismo internacional de compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 pelo planeta. Mas a OMS diz que enfrenta um problema adicional: por mais que haja, ou venha a existir, dinheiro, ele não resolverá os problemas se não houver vacinas para adquirir (leia).
O principal obstáculo, diz a OMS, é que países desenvolvidos estão comprando de modo muito agressivo, o que complica não apenas os acordos ainda por fechar entre a Covax e os laboratórios mas inclusive os já fechados. Como em geral acontece quando vêm as grandes crises, quem tem a força acaba impondo sua vontade por cima de qualquer mecanismo multilateral.
Se o diferencial entre os países ricos e os demais na vacinação continuar se ampliando, haverá ainda outro efeito colateral daninho: para se proteger das populações vindas de países com menor vacinação, os demais certamente vão endurecer as restrições ao ingresso de pessoas destes lugares. O que, além do custo humanitário imediato, será um freio para a recuperação econômica global.
*Analista político da FSB Comunicação
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