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Conselheiros, chegou a hora de estudarem a inovação

É preciso ir muito além dos resultados financeiros

Inovação: Brasil representa 77% do mercado de startups na América Latina (patpitchaya/Getty Images)

Inovação: Brasil representa 77% do mercado de startups na América Latina (patpitchaya/Getty Images)

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Publicado em 7 de março de 2022 às 07h00.

Por Hugo Tadeu*

Está mais do que evidente que as agendas da inovação e transformação digital estão presentes no dia a dia das organizações e os desafios são consideráveis. Desde mudanças radicais no comportamento econômico, todos os dias, um conjunto grande de variáveis surge para as lideranças, destacando novas tecnologias, startups com resultados importantes, concorrentes reestruturando a sua oferta de valor e novos modelos de negócio.

Além disso, existe o avanço dos fundos de investimento, alocando capital em empresas focadas no cliente, adotando o conceito da inovação aberta, isto é, parcerias com startups e fornecedores potenciais, reduzindo o custo do capital a partir de práticas inovadoras nunca pensadas.

Ou seja, pensar na tradicional pesquisa e desenvolvimento é relevante, mas já tem muita gente conseguindo traduzir conhecimento de ponta em novos mercados, porém mais rapidamente e com custos menores.

Para as organizações tradicionais, a sugestão é dar um passo atrás e pensar na governança. Isto é, antes das possíveis análises sobre a estrutura adequada para inovar e até mesmo para os investimentos necessários em tecnologias ditas do futuro, chame a sua equipe de gestão e o conselho e garanta um grande avanço: volte aos bancos escolares.

Já é passada a hora de reduzir a enorme importância dada somente para as linhas dos resultados financeiros. Muito tempo tem sido gasto por gestores profissionais, nas análises sobre geração de caixa, custos operacionais, despesas e taxas de retorno. Uma organização vai muito além disso.

É preciso pensar no desenvolvimento e na atração de novos talentos, na criação de uma visão futura do negócio, no estabelecimento de uma cultura intraempreendedora, no estabelecimento de parcerias e resultados para a inovação.

Neste sentido, pensar em inovação não é o mesmo que escrever uma equação linear. É essencial testar novos caminhos, criar um ambiente seguro, favorável ao diálogo, cooperação e sinergia entre áreas de negócio. Mais do que isto, torna-se determinante confiar nas equipes e estimular a autonomia, em especial, contratando pessoas com alto desempenho e conhecimento notório no que fazem.

Ou seja, foque menos no controle do que na busca por novos mercados. Pense quando o negócio teve o seu primeiro dia de vida, ainda na fase empreendedora, quando o sonho era maior do que o resultado. Que tal voltar neste tempo?

Finalmente, aprende-se desde criança, que o exemplo vem dos pais. No jargão popular, tudo “vem de cima”. Se os conselhos ainda persistirem em modelos em busca de resultados financeiros, mas sem saberem organizar a inovação, de nada adiantará contratar as melhores consultorias ou executivos gabaritados de mercado. Como é dito em Minas Gerais, “santo de casa não faz milagre”. Chegou a hora de aprender a reaprender para construir algo novo.

*Hugo Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e Senior Advisor da Deloitte

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