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Atacarejo ajuda a enfrentar inflação, diz Mussnich do Atacadão

Com o plano de expansão em andamento, a empresa deve fechar o ano com 70 mil funcionários

Roberto Mussnich, do Atacadão: Somente no último trimestre do ano passado, foram 131 mil clientes via canais digitais (Atacadão/Divulgação)

Roberto Mussnich, do Atacadão: Somente no último trimestre do ano passado, foram 131 mil clientes via canais digitais (Atacadão/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2021 às 16h19.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 16h55.

Maior rede de atacarejo do Brasil, o Atacadão cresce impulsionado pela busca do consumidor por preço mais baixo. Em um ritmo constante de expansão, fechou 2020 com 236 unidades, sendo 206 lojas e 30 atacados de entrega. Agora, em abril, segundo seu CEO, Roberto Mussnich, já opera com 245 lojas, apenas com aberturas de lojas convertidas da rede Makro, adquiridas no ano passado, e inaugurações orgânicas. 

Na entrevista exclusiva à Bússola, Mussnich diz porque considera que o modelo do Atacadão, que faz parte do Grupo Carrefour Brasil, é bom para o consumidor brasileiro. Ele fala do crescimento acelerado das vendas online e de parcerias com aplicativos no e-commerce alimentar. Com um plano de expansão em andamento, a empresa deve fechar o ano com 70 mil funcionários, segundo ele. 

Veja abaixo a entrevista, em que ela trata também de inflação, impactos da pandemia sobre os negócios, efeitos da digitalização e da tecnologia.

Bússola: A pandemia trouxe uma situação única para todo o mundo, ninguém esperava. O que o Atacadão vem fazendo para enfrentar esse cenário e principalmente a inflação? Como o cenário impactou nos negócios?

Roberto Mussnich: Realmente estamos em um momento diferente para todos nós. Reforçamos sempre aos que frequentam nossas lojas – que estão abertas por serem um serviço essencial, mantendo regras rígidas e cuidados de distanciamento e de higiene - que respeitem o isolamento e as regras de lockdown específicas das suas cidades. 

A inflação alimentar ocorre por diversos fatores externos, que afetam, principalmente, os produtos de alimentação básicos, como o arroz, feijão, óleo de soja entre outros. Vivenciamos isto inúmeras vezes no Brasil e acredito que este movimento tende a se estabilizar, uma vez que já vimos uma queda de preços entre fevereiro e março deste ano.

Isso reforça a busca dos consumidores por preços mais vantajosos, comprar mais pagando menos. Neste quesito é que o Atacadão se encaixa, com custos baixos e eficiência operacional, mantendo os preços mais baixos do mercado. Essa é nossa proposta de valor, de ter o menor preço e sortimento certo, e estamos tendo êxito nisso. 

Ao mesmo tempo em que conseguimos oferecer preços acessíveis para itens alimentares e produtos de qualidade, assumimos um papel relevante como parceiros dos comerciantes em geral, quem precisou se reinventar e teve que continuar buscando soluções na pandemia, bem como para famílias que viram sua renda baixar no atual cenário. O modelo atacarejo se encaixa bem no Brasil, estando hoje presente como opção para 63% dos lares brasileiros. Somos líderes com 215 lojas (e mais 30 distribuições), em ritmo acelerado de expansão.

Estamos ajudando o consumidor brasileiro e pequenos negócios a enfrentar a inflação e a pandemia, e, como resultado, nossas vendas brutas tiveram um aumento de 32% no último trimestre de 2020. 

A volatilidade das commodities não interfere na estratégia de preços de vocês?

Mussnich: Nosso comportamento é coerente quanto à nossa proposta de valor, de ter o melhor preço. Conseguimos realizar isso porque aproveitamos as oportunidades que o mercado oferece, sendo sempre os últimos a subir os preços e os primeiros a baixar.

Durante os últimos 59 anos de nossa existência, conseguimos fazer sempre o melhor para nossos fregueses, nosso modelo de negócio passa bem em deflação e inflação, em alta concorrência e competitividade. Mantemos nossa empresa simples e eficiente e repassamos para os clientes em forma de preços justos.

 

O cenário de isolamento é um catalisador da digitalização para diversos setores. Como isso afetou o Atacadão? Como é o e-commerce no Atacarejo? Tem funcionado para itens alimentares? 

Mussnich: Fiquei impressionado como a tecnologia abriu possibilidades para nós. No segundo semestre de 2020, lançamos a plataforma de e-commerce do Atacadão e, desde então, essa operação apresenta crescimento acelerado e resultados positivos.

Em pouco tempo, nossa plataforma já integrava o canal de vendas online do próprio Atacadão com uma operação de marketplace, que tem mais de 300 sellers parceiros de atacado, adquirimos e firmamos parceria com a COTABEST, que hoje é nosso braço digital.

Além do site focado no cliente profissional, nós também estabelecemos parcerias com os aplicativos Rappi e Cornershop que ampliam o alcance para o consumidor final. 

Atualmente, 12 estados são atendidos por este serviço em mais de 50 lojas, disponibilizando cerca de 8 mil produtos, que vão desde itens básicos de limpeza e higiene pessoal até frutas, verduras, legumes, produtos lácteos, entre outros. 

Somente no último trimestre do ano passado, foram 131 mil clientes via canais digitais. Tivemos crescimento de vendas online de 142% para itens alimentares, quando comparamos com o trimestre anterior. As vendas online de categoria alimentar consolidadas entre 2019 e 2020 aumentaram 240%, o que mostra que tem funcionado. 

Como o digital pode contribuir para o modelo de atacarejo? Qual é a estratégia, considerando que parte dos clientes é B2B? 

Mussnich: Tem muita coisa interessante acontecendo graças à tecnologia. Além do que eu já disse, a integração do Atacadão com a plataforma do Grupo Carrefour Brasil como um todo – Carrefour, Banco Carrefour, Carrefour Express e o modelo omnicanal adotado pelo grupo – nos coloca em outro patamar. 

Ter o Banco Carrefour, o maior sistema financeiro do varejo, dentro de casa, com produtos como o cartão Atacadão, lançado em 2017, nos dá uma vantagem competitiva enorme frente aos demais players junto à digitalização: já temos a plataforma digital operante e modernizada, chegando às demais praças, e com possibilidade de oferecer crédito aos clientes B2B para que possam continuar os negócios. 

O cliente profissional, que compra de forma recorrente, só tem a usufruir disso. 

No ano passado vocês anunciaram a compra de lojas Makro e agora o Grupo Carrefour comunicou acordo para compra do BIG, o que inclui lojas Maxxi. Você pode nos explicar melhor esse plano de expansão? 

Mussnich: Entramos em um ritmo constante de expansão. Fechamos 2020 com 236 unidades, sendo 206 lojas e 30 atacados de entrega. Agora em abril, já estamos com 245 lojas em operação, apenas com aberturas de lojas convertidas do Makro e inaugurações orgânicas. 

Essas aberturas trazem um benefício extra para a sociedade, com a geração de empregos. Apenas no Sul, foram 680 vagas abertas em fevereiro com as inaugurações. Seguiremos com a média de abertura de 20 lojas por ano, orgânica, além das conversões do Makro, e esperamos fechar o ano com mais de 10.000 novos colaboradores espalhados entre as mais de 45 lojas novas no Brasil inteiro.

Sobre o Big, ainda dependemos da autorização do Cade. Nosso alcance regional deve crescer e levar o modelo de sucesso do Atacadão para outras regiões.

 

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