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TSE descarta possibilidade de vazamento de resultado

Toffoli disse que os boatos de que determinado candidato estava à frente de outro, no dia da eleição, se tratavam apenas de "especulação"


	Apoiador de Dilma Rousseff (PT) comemora os primeiros resultados da apuração do segundo turno das eleições de 2014
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Apoiador de Dilma Rousseff (PT) comemora os primeiros resultados da apuração do segundo turno das eleições de 2014 (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 18h36.

Brasília - A disputa presidencial no 2º turno foi mais acirrada do que chegou ao conhecimento dos eleitores. Pouco mais de trinta minutos antes da primeira abertura para acompanhamento da apuração, às 20h, o tucano Aécio Neves despontava em primeiro lugar na votação.

A virada aconteceu às 19h32, quando Dilma Rousseff, a presidente eleita, possuía 50,5% dos votos e Aécio, 49,95%. Só os técnicos do tribunal assistiram o minuto a minuto da totalização dos votos. O TSE refuta a possibilidade de vazamento da apuração.

"Temos convicção de que não houve vazamento", disse o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha.

Questionado sobre o assunto nesta quinta-feira, Toffoli disse que os boatos de que determinado candidato estava à frente de outro, no dia da eleição, se tratavam apenas de "especulação".

De acordo com o corregedor-geral, o TSE montou um esquema para manter os técnicos responsáveis pela apuração isolados, sem contato inclusive com outros membros da Corte.

A orientação dada pelo presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, era para que os técnicos não informassem nem a ele o resultado parcial da eleição antes da abertura dos dados para todo o País.

Pouco depois das 19h30, os ministros do tribunal, junto com as equipes jurídicas das campanhas do PT e do PSDB e outras autoridades, como o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, se reuniram no Centro de Divulgação das Eleições (CDE), junto à imprensa, para aguardar a abertura dos resultados.

Às 20h, o resultado parcial apareceu para os ministros e para o Brasil inteiro. Dilma estava na frente, mas a eleição não estava matematicamente definida.

Antigamente, de acordo com Noronha, os ministros chegavam a acompanhar a apuração dos votos.

Este ano, contudo, por conta do fuso horário do Acre e do horário de verão, o resultado só poderia começar a ser divulgado a partir das 20h, com a votação encerrada em todas as unidades federativas.

O tempo de três horas entre o fim da votação no Sudeste e em Estados do Norte possibilitaria que, quando os resultados fossem abertos, o presidente já estivesse praticamente definido.

Por essa razão, o TSE decidiu que ninguém, além da área técnica, acompanharia a totalização.

"Quem poderia vazar? Nós estávamos lá, com os jornalistas", questiona Noronha, ressaltando a presença dos ministros no CDE.

Informações de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iria embarcar para Minas Gerais, divulgadas na internet, alimentaram a especulação de que a campanha do tucano tinha acesso à apuração.

Noronha lembra, contudo, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à tarde, embarcou para Brasília para acompanhar o resultado junto com a presidente Dilma Rousseff.

"Houve movimentação dos dois lados", diz Noronha, reforçando o entendimento de que não há qualquer tipo de vazamento.

Mesmo o bom resultado de Aécio no início da apuração, segundo ele, já era esperado. No primeiro turno, o movimento foi semelhante, de acordo com ele.

Isso porque a apuração de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, que teve votação expressiva no tucano, começa antes do fechamento das urnas do Nordeste, por exemplo, onde o PT tem predominância.

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