Lula: ex-presidente tinha até as 17h desta sexta-feira, 6, para se entregar após a expedição do mandado de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de abril de 2018 às 18h54.
Dois emissários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociam com a Polícia Federal os termos de rendição para que o petista seja preso. Ainda não há uma decisão sobre como será o procedimento a ser adotado.
O canal de comunicação entre a defesa de Lula e a PF, uma das exigências do despacho do juiz Sérgio Moro, foi aberto no final da tarde de ontem. Pela PF, quem negocia é o delegado Igor Romário de Paulo, chefe da Lava Jato em Curitiba.
O ex-presidente tinha até as 17h desta sexta-feira, 6, para se entregar após a expedição do mandado de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro no processo do triplex, que rendeu ao petista uma condenação de 12 anos e um mês de reclusão.
A PF não realiza prisão após as 18h, mas policiais ouvidos disseram à reportagem que caso o ex-presidente resolva se entregar é possível recebê-lo em São Paulo para depois fazer sua remoção para Curitiba.
O avião da PF já se encontra no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Congonhas.
Nesta sexta-feira, 6, as duas partes se falaram após o término do prazo dado por Moro.
A reportagem apurou que, em um primeiro momento, os interlocutores de Lula afirmaram que o petista estava à disposição da PF, mas que ele não iria se entregar. "Que venham me pegar", disse a um aliado.
A posição do petista era de que a PF teria que buscá-lo no lendário Sindicato dos Metalúrgicos, onde fez carreira.
Entretanto, uma fonte da PF afirmou à reportagem que a sinalização dos interlocutores do petista era de que Lula se entrega, mas dentro do "tempo" dele.
Um petista que está no Sindicato dos Metalúrgicos com o ex-presidente disse que ele irá se entregar e que os últimos detalhes estão sendo ajustados com os aliados mais próximos.