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Ex-senador Argello recebeu mais de R$ 5 milhões em propina

Nesta etapa, a PF investiga irregularidades na CPI e na CPMI da Petrobras. O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso preventivamente.


	PF: cerca de 100 policiais federais dão cumprimento a 21 ordens judiciais na 28ª etapa da Lava Jato
 (REUTERS/Rodrigo Paiva)

PF: cerca de 100 policiais federais dão cumprimento a 21 ordens judiciais na 28ª etapa da Lava Jato (REUTERS/Rodrigo Paiva)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 12 de abril de 2016 às 13h21.

São Paulo - A 28ª etapa da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (12), revela que empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras pagaram propina ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF) para que ele evitasse a convocação de empreiteiros para prestarem depoimentos na CPI da estatal, que apurava crimes cometidos na empresa. 

Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que Argello recebeu ao menos R$ 5 milhões da empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil da OAS - ambas investigadas em outras fases da Lava Jato. 

Gim Argello (PTB-DF) teria doado parte do dinheiro a quatro partidos de sua coligação:

Democratas (DEM) - R$ 1,7 milhão

Partido da República (PR) - R$ 1 milhão

Partido da Mobilização Nacional (PMN) - R$ 1,15 milhão

 Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) - R$ 1,15 milhão.

"Não há indícios de que os partidos tinham conhecimento da origem ilícita das doações", afirma o procurador Athayde Ribeiro Costa.

Vale lembrar que o ex-parlamentar, preso preventivamente na manhã de hoje pelos agentes federais, foi vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista (CPMI), instaurada no Congresso Nacional em 2014. 

De acordo com os procuradores, no mesmo dia em que a Comissão foi instalada no Senado (14 de maio de 2014), representantes da OAS já se movimentavam para fazer o pagamento de propina.

"A conclusão que nós chegamos é de que o sistema político partidário no país está apodrecido pelo abuso do poder econômico", diz o procurador Carlos Fernando Lima. 

A PF cumpriu outras 22 ordens judiciais nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília 

Foram presos temporariamente Paulo Cesar Roxo e Valério Neves Campos. Já Jorge Argello Júnior (filho do ex-senador), Roberto Zardi, Gustavo Rocha, Dilson de Cerqueira Paiva Filho e Marcos Ramalho foram alvos de condução coercitiva.

Batizada de Vitória de Pirro, o nome da operação remete a expressão histórica que representa uma Vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para Vitórias consideradas inúteis. 

Veja os detalhes na coletiva de imprensa da 28º fase da operação.

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