Oposição: Carlos Zarattini, líder do PT fez ataques ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o acusou de "botar fogo" no País (Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de abril de 2017 às 20h09.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 20h21.
Brasília - Após colocar novamente em votação o pedido de urgência para a reforma trabalhista nesta quarta-feira, 19, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confrontou-se com a oposição no plenário.
Os parlamentares contrários à nova votação fizeram uma questão de ordem, recusada pelo presidente, que também ignorou um recurso apresentado pelos deputados.
Diversos parlamentares da oposição então subiram à mesa de Maia gritando "Golpe, Golpe", o que deu início a um longo bate-boca, enquanto deputados da base gritavam "Voto, Voto".
Líderes da oposição inclusive ameaçaram ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a nova votação pela urgência.
Visivelmente exasperado, Maia culpou a própria oposição pela falta de um acordo para que essa votação ocorresse em 3 de maio.
"O PT impediu o acordo. Se o PT não quer votar, não vai 'esculhambar' a votação no plenário. Se a base tiver voto, ganha. Se não tiver, perde", completa.
Deputados da oposição seguravam cartazes com a frase "Cunha de novo não" em referência à prática do ex-presidente da Casa em refazer votações perdidas.
Um requerimento idêntico de urgência para reforma trabalhista foi derrotado ontem no plenário da Câmara, com o apoio de apenas 230 deputados, enquanto 163 votaram contra e apenas um parlamentar se absteve. Sem os 257 votos necessários, o requerimento foi rejeitado.
Maia assumiu a culpa por ter encerrado a sessão com quórum insuficiente para aprovar o pedido.
Em discurso, o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), fez ataques ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o acusou de "botar fogo" no País.
O petista estendeu os ataques ao relator da reforma trabalhista, Rogério Marinho (PSDB-RN), e disse que seu parecer "é super-jabuti" plantado pelo relator.
O deputado afirmou que todas as entidades se manifestaram contra o projeto. As críticas também se voltaram contra o Ministério Público Federal.
"Nós nessa Casa não somos o que os procuradores dizem que somos." Zarattini fez um apelo para que a votação fosse suspensa e que os líderes tomassem uma decisão conjunta. "PT não foge à responsabilidade de discutir cada tema dessa Casa", afirmou.