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OAB faz manifestação contra reforma da Previdência em Copacabana

Ato foi organizado pelo Movimento Nacional dos Especialistas em Direito Previdenciário e ocorreu em outras 18 cidades do país, com apoio da OAB nacional

Manifestantes fizeram ato contra reforma da Previdência na orla de Copacabana: advogados pedem reforma transparente e amplamente discutida (Tânia Rego/Agência Brasil)

Manifestantes fizeram ato contra reforma da Previdência na orla de Copacabana: advogados pedem reforma transparente e amplamente discutida (Tânia Rego/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de dezembro de 2016 às 14h30.

Última atualização em 18 de dezembro de 2016 às 16h43.

A Comissão de Previdência Social da Ordem dos Advogados do Brasil Secção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ) promoveu hoje (18), na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, manifestação contra a reforma da Previdência.

O ato foi organizado pelo Movimento Nacional dos Especialistas em Direito Previdenciário e ocorreu em outras 18 cidades do país, com apoio da OAB nacional, informou a presidente da Comissão de Previdência Social da OAB-RJ, Suzani Ferraro.

Durante o ato, os advogados fluminenses pediram uma reforma da Previdência que seja feita de forma consensual, discutida e transparente.

"O que a gente quer é uma discussão mais transparente, é audiência pública, que a sociedade participe, que o governo aponte o parecer técnico explicativo dizendo o porquê da reforma", disse Suzani. Segundo ela, a PEC 287 é um retrocesso e causará o empobrecimento da população.

A advogada afirmou que, "na verdade, a manifestação é contra esse texto da reforma. Nós somos contra porque não houve estudos técnicos que apontem a origem do déficit. A gente acredita que não existe déficit hoje; pode existir no futuro e, aí, sim, a gente tem que reformar para que, no futuro, as pessoas tenham uma aposentadoria decente", disse a presidente da Comissão.

Suzani avaliou que as regras definidas na proposta de reforma do governo federal são "arbitrárias e inconstitucionais e diminuem os benefícios do salário-mínimo". Na sua opinião, "colocar as pessoas para trabalhar 49 anos, com uma regra de transição super cruel, vai afetar todos os trabalhadores que se encontram na ativa hoje e terão que cumprir um prazo para se aposentarem".

A advogada afirmou que, com as novas regras, as pessoas correm o risco de morrer sem se aposentarem, uma vez que a idade mínima será expandida de forma automática, de cinco em cinco anos, com o aumento da expectativa de sobrevida.

"Como vamos controlar esse aumento de expectativa de vida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)? O governo faz isso hoje com o fator previdenciário que já é penoso. Imagine aumentando (a idade mínima). Ninguém vai se aposentar mais. Todo mundo vai trabalhar, trabalhar. Algumas pessoas vão se aposentar, enquanto outras vão morrer sem se aposentar". No Norte e Nordeste, por exemplo, onde é baixa a expectativa de vida, Suzani Ferraro estimou que ninguém vai conseguir se aposentar.

Desigualdade

Para Suzani, a retirada do direito das pessoas de acumularem pensão e aposentadoria "é complicado" no Brasil, porque o casal trabalha para compor a renda familiar. "Diminuir o valor do benefício da pensão abaixo do salário-mínimo, desvinculá-lo do salário-mínimo, é uma crueldade. Pensão é renda e renda não pode ser menos que o salário-mínimo.".

Na avaliação do presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-Barra da Tijuca, Herbert Alencar, a PEC 287 traz uma imagem negativa da Previdência Social. Deixou claro que a categoria não é contra que a Previdência seja reformada, mas não nesses termos apresentados pelo governo central. A PEC 287, disse, retira direitos fundamentais sem que os trabalhadores, que são os principais interessados, sejam ouvidos.

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