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"Não dá para viver a vida normal", diz Paes sobre alto risco no Rio

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, admite que Rio tem regiões em alto risco e apoia medidas restritivas

 Eduardo Paes. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Eduardo Paes. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de março de 2021 às 12h38.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, admitiu, em entrevista à GloboNews TV na manhã desta sexta-feira, que a cidade tem áreas de alto risco e vai adotar medidas extraordinárias para conter a pandemia de Covid-19. Nesta sexta-feira, foi publicado um decreto municipal que proíbe não apenas o banho de sol nas areias como também esportes (como altinho e partidas de futevôlei, entre outras), o banho de mar e atividades econômicas por ambulantes e barraqueiros.

— Trabalhamos com um conjunto de ações que olhavam a fase pandêmica numa certa estabilidade do início do ano até o começo de março. A partir deste momento, as medidas passam a ser extraordinárias. Elas saem da lógica da resolução publicada pela Secretaria estadual de Saúde e da municipal no início do ano. Nós temos um decreto em vigor até a próxima segunda-feira. Publicamos hoje um adendo proibindo a ocupação das praias neste fim de semana, infelizmente — afirmou.

Paes ressaltou que, apesar de as praias não serem um local de grande transmissão, as restrições são uma sinalização da gravidade do quadro na cidade:

— A gente sabe que as praias não são local de grande transmissão por serem um espaço aberto, mas precisávamos sinalizar para a população que não dá para viver a vida normal — enfatizou.

O prefeito disse que teve que adotar medidas mais restrititvas há três semanas, quando aumentou a procura nas unidades de saúde por pessoas com problemas respiratórios:

— O Rio vem atrasado, em comparação com o resto do país. Os números têm aumentado nas duas, três últimas semanas. A gente já vinha mantendo uma média móvel do número de mortes num ritmo decrescente. Depois daquela segunda onda no fim do ano, uma situação melhor em janeiro, em fevereiro. Mas há cerca de três semanas a gente começou a identificar, principalmente nas unidades básicas de saúde, nas UPAs, ou seja, na ponta do sistema uma quantidade muito grande de pessoas aparecendo com sintomas da gripe. A partir dali, a gente começou a estabelecer medidas mais restritivas na cidade. Viemos, na semana passada, fazendo um escalonamento das diferentes atividades econômicas para diminuir a pressão sobre os transportes. Houve de fato um aumento muito grande na taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva, de enfermarias. Obviamente isso coloca a cidade em uma situação mais difícil — explicou.

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