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Mortes violentas de jovens caem no sul e aumentam no norte

Segundo o estudo, as quedas mais significativas ocorreram no Rio de Janeiro, no Distrito Federal, em São Paulo, no Paraná e em Mato Grosso do Sul

Violência: o IBGE atribui essa inversão geográfica ao fato de os processos de industrialização e urbanização serem mais recentes no Norte e Nordeste (Thinckstock/Thinkstock)

Violência: o IBGE atribui essa inversão geográfica ao fato de os processos de industrialização e urbanização serem mais recentes no Norte e Nordeste (Thinckstock/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 12h58.

As mortes de jovens entre 15 e 24 anos por causas violentas (acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios, homicídios, quedas acidentais) tiveram redução nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste na comparação entre 2005 e 2015, mas tiveram alta expressiva em estados do Norte e Nordeste.

Os dados foram divulgados hoje (24) na pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o estudo, as quedas mais significativas ocorreram no Rio de Janeiro, no Distrito Federal, em São Paulo, no Paraná e em Mato Grosso do Sul.

No Rio de Janeiro, as mortes violentas caíram 37,5% entre os homens e 40,8% entre as mulheres; no Distrito Federal, 34,9% e 10,3%, respectivamente, e em São Paulo, 33,1% e 32,7%.

A pesquisa aponta, no entanto, que as mortes violentas cresceram em estados do Norte e Nordeste.

Entre os homens jovens, o maior aumento ocorreu em Sergipe (179,4%), seguido do Piauí (171,4%) e do Ceará (146,4%), enquanto no Amazonas foi registrada a maior expansão de mortes violentas na população jovem feminina (171,4%).

O pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque atribui essa inversão geográfica das mortes violentas de jovens ao fato de os processos de industrialização e urbanização serem mais recentes no Norte e Nordeste, o que fez aumentar os acidentes de trânsito, principalmente com motos, e os homicídios.

"A Lei Seca e a fiscalização mais intensa vêm diminuindo muito o número de acidentes no Sul e Sudeste", explica o pesquisador.

Mortalidade maior entre os homens

Segundo o IBGE, a mortalidade masculina por causas naturais no grupo de 20 a 24 anos é 2,2 vezes maior que a feminina, isto é, um indivíduo do sexo masculino nessa faixa etária tem duas vezes mais chance de não completar os 25 anos do que se fosse do sexo feminino.

No entanto, se forem considerados somente os óbitos por causas violentas, no grupo de 20 a 24 anos, a chance de um homem não completar os 25 anos cresce para 10,4 vezes em relação a uma mulher.

"A mortalidade é diferencial por sexo e, normalmente, a masculina é superior à feminina ao longo de toda a vida. Contudo, em um determinado intervalo de idade, nos jovens e adultos jovens esse diferencial se acentua. As causas principais para o aumento dessa diferença são os óbitos por causas externas que incidem com mais intensidade na população masculina. Para a população feminina é observado um declínio do número de óbitos, entre 2005 e 2015, até os 29 anos de idade", informa o documento.

De acordo com a pesquisa, para os homens, o declínio do número de mortes vai até os 14 anos de idade, aumentando significativamente a partir dos 15 anos até os 39 anos, em função das causas violentas, fazendo com que a mortalidade masculina em relação à feminina tenha se acentuado significativamente nos últimos anos no Brasil.

"A expectativa de vida ao nascer dá quase sete anos a mais para mulheres. O que faz essa diferença se acentuar são as causas violentas. Em 2015, a expectativa de vida das mulheres é 79 anos e dos homens, 72 anos", diz o pesquisador do IBGE.

O estudo Estatísticas do Registro Civil é resultado da coleta das informações prestadas pelos cartórios de registro civil de pessoas naturais, varas de família, foros ou varas cíveis e os tabelionatos de notas do país.

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