Henrique Meirelles: no último levantamento realizado pela CNT/MDA, emedebista registrou 0,3% - considerando cenário com a presença de Lula (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de maio de 2018 às 19h03.
Brasília - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reuniu com a bancada do MDB no Senado na tarde desta quarta-feira, 16, para apresentar suas propostas como pré-candidato para as eleições de 2018.
Meirelles apresentou dados indicando potencial de crescimento de seu nome para a corrida presidencial e alfinetou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB.
"Alguns candidatos estão com índice de conhecimento elevado, já tendo sido candidatos à Presidência, conhecidos por basicamente toda a população, e apresentam um nível de aprovação muito baixo", disse Meirelles. Ele também destacou que possui "reputação que não é objeto de questionamento".
O ex-ministro da Fazenda apresentou pesquisas qualitativas mostrando que seu potencial de crescimento nas pesquisas de intenção de votos é "enorme". "Temos, na visão dos eleitores, as características que desejam para o próximo presidente", defendeu Meirelles.
Após a conversa, integrantes do MDB afirmaram reservadamente que "ficou claro" que Meirelles é o melhor candidato para o partido. Além disso, parlamentares também consideram que Temer deveria anunciar logo a sua desistência para que o ex-ministro tenha chances de crescer nas pesquisas e verificar sua viabilidade até meados de julho, período das convenções.
Meirelles disse que sentiu entusiasmo por parte da bancada do MDB e que a reunião saiu "melhor do que suas melhores expectativas". Otimista, afirmou que possui "todas as condições" de chegar ao segundo turno e vencer a eleição.
No último levantamento realizado pela CNT/MDA, no início da semana, Alckmin aparece em quinto lugar, com 4% das intenções de voto. Meirelles, por sua vez, registrou 0,3% - considerando o cenário com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Operação Lava Jato, na disputa.
Sobre possíveis alianças com outros partidos, disse que só seria possível se o MDB se convencer de que outro candidato tem mais chances de vencer do que ele, o que considerou "difícil".
"Estamos dispostos a conversar para o primeiro turno, mas no segundo turno aceitaremos apoio, alianças", declarou.
De acordo com Meirelles, a definição sobre a candidatura única do MDB depende da vontade pessoal do presidente Michel Temer. Ele afirmou que é "saudável e positivo" a sigla ter duas pré-candidaturas neste momento e que é "normal" Temer pleitear a vaga.
Ele justificou que Temer é impopular porque assumiu o governo na maior recessão, porém culpou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff e disse que essas questões serão facilmente esclarecidas no período eleitoral.
Questionado sobre a abertura de um inquérito para apurar pagamentos milionários do grupo J&F a congressistas do MDB, Meirelles respondeu que "todos os partidos têm problemas".
As suspeitas foram levantadas na delação premiada do executivo Ricardo Saud, que disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT.
De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de "vantagem indevida", já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.
O esquema teria beneficiado os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Eunício Oliveira (MDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Valdir Raupp (MDB-RO) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego.