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Lula se diz vítima de "farsa judiciária" em artigo no Le Monde

Em artigo publicado no jornal francês, Lula exigiu uma eleição presidencial "democrática", com "todas as forças políticas"

Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos, em  São Bernardo do Campo  (Leonardo Benassatto/Reuters)

Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (Leonardo Benassatto/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de maio de 2018 às 09h36.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a "farsa judiciária" da qual se diz vítima após ser preso por "corrupção", e exigiu uma eleição presidencial "democrática", com "todas as forças políticas" - incluindo a sua - em um artigo de opinião publicado nesta quinta-feira (17) pelo jornal francês "Le Monde".

"Enquanto presidente, eu defendi, por todos os meios, a luta contra a corrupção e não aceito que me atribuam esse tipo de crime pelo viés de uma farsa judiciária", escreveu Lula, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e detido desde o início de abril, o que o impede de se candidatar à presidência nas eleições de outubro.

Estas eleições "serão democráticas apenas se todas as forças políticas puderem participar delas de forma livre e justa", defende Lula, apresentando sua candidatura como "uma proposta para que o Brasil encontre o caminho da inclusão social, do diálogo democrático, da soberania nacional e do crescimento econômico para a construção de um país mais justo e solidário".

"Eu sou candidato (...) porque sei que eu posso fazer de modo que o país retome o caminho da democracia e do desenvolvimento para nosso povo", garante ele em um longo artigo de opinião, que soa como um discurso de campanha.

"Eu sou candidato para devolver aos pobres e aos excluídos sua dignidade, para garantir seus direitos e lhes dar esperança de uma vida melhor", acrescenta Lula, que destaca o fato de "dominar, com uma forte margem, as pesquisas de intenções de voto no Brasil".

"Ao curso dos oito anos, durante os quais eu governei este país, nós tiramos 36 milhões de pessoas da extrema miséria. Nosso país conheceu um prestígio internacional excepcional", insistiu.

Hoje, "depois do golpe de Estado parlamentar, que abriu caminho para um programa neoliberal", a taxa de desemprego atinge 13,1 %, contra 4,7 % em dezembro de 2014.

"A pobreza aumentou, a fome voltou a cercar, e as portas das universidades voltam a se fechar para os filhos da classe trabalhadora. Os investimentos para pesquisa despencam", e o Brasil "se tornou um pária da política externa".

"Candidato à presidência, eu prometi, eu lutei e eu mantive minha promessa para que todos os brasileiros tivessem o direito a três refeições por dia e não conhecessem a fome que eu conheci quando criança. Não submeti meu país e suas riquezas naturais aos interesses estrangeiros", frisou Lula.

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