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Líder do governo na Câmara justifica ausência de Lula em reunião com PSB: 'Não é tarefa dele'

Guimarães ainda chamou de “narrativa fantasiosa” as informações que circularam na semana passada vindas do próprio governo de que Lula entraria na articulação política

Brasília (DF) 10/-4/2023 Líder do Governo na Câmara, Deputado José Guimarães, durante coletiva a Imprensa. (Lula Marques/Agência Brasil)

Brasília (DF) 10/-4/2023 Líder do Governo na Câmara, Deputado José Guimarães, durante coletiva a Imprensa. (Lula Marques/Agência Brasil)

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Agência o Globo
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Publicado em 10 de maio de 2023 às 11h43.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), justificou nesta quarta-feira a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira reunião da rodada que o governo fará com líderes de partidos da base no Congresso. Segundo o deputado, não é atribuição do chefe do Palácio do Planalto a articulação política, função exercida pelo ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é acertada.

— Não é tarefa dele (Lula participar da articulação). Quem articula é o ministro Padilha. Corretamente ele disse quem articula é o (ministro) Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) com seus líderes — afirmou Guimaraes ao chegar para o encontro com ministros e parlamentares do PSB. A reunião ocorre na Vice-Presidência, ocupada por Geraldo Alckmin, que é filiado ao partido.

Guimarães ainda chamou de “narrativa fantasiosa” as informações que circularam na semana passada vindas do próprio governo de que Lula entraria na articulação política.

— Essa narrativa fantasiosa que foi criada não se realizou, porque nunca foi tarefa do presidente da República fazer articulação política. Ele tem quem faça, que é o ministro Padilha. Quem tem que articular é o ministro Padilha.

O governo, no entanto, enfrenta uma crise na articulação política e o ministro Padilha chegou a ser criticado publicamente pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em entrevista ao GLOBO, o parlamentar afirmou que o ministro é "sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades". Padilha rebateu e afirmou que “não é marinheiro de primeira viagem”.

O Planalto vem de semanas de derrotas no Congresso. Foram, por exemplo, criadas quatros comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Uma delas, a CPI do 8 de Janeiro, é conjunta na Câmara e no Senado. As outras três são da Câmara. Entre elas, a CPI do MST, que pode causar desgaste ao governo.

Além disso, a Câmara derrubou trechos do decreto do saneamento, episódio que o próprio Padilha chamou de “derrota importante”. Ele afirmou ainda que ocorreu um problema de diálogo para esclarecer pontos do texto.

Para tentar evitar o mesmo erro, houve uma determinação para intensificar as conversas com o Senado para defender a reinclusão dos pontos.

Lula também determinou que sejam feitas conversas com partidos que comandam ministérios para cobrar fidelidade da base. A primeira reunião acontece nesta quarta-feira, com o PSB, legenda que tem três ministros no governo:

Flávio Dino — Justiça e Segurança Publica

Márcio França — Portos e Aeroportos

Geraldo Alckmin — Industria, Desenvolvimento e Comércio, além da vice presidência

Como o GLOBO mostrou, Lula tem deixado em segundo plano conversas com lideranças partidárias e personagens do mundo empresarial, setores com os quais mantinha contatos permanentes durante seus outros dois mandatos.

Para antigos aliados, na prática, o petista está mais distante da política, e isso se reflete nas dificuldades que o governo está encontrando para arregimentar uma base sólida no Congresso Nacional

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