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Inadimplência do consumidor crescerá em 2011, prevê LCA

Acomodação do mercado de trabalho deve dificultar pagamento de dívidas

Crédito fácil na rua: juros ao consumidor estão mais altos (Roberto Setton/EXAME)

Crédito fácil na rua: juros ao consumidor estão mais altos (Roberto Setton/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 14h37.

São Paulo - A inadimplência das pessoas físicas no patamar de 6% - o menor nível desde junho de 2005 - deve subir nos próximos meses por causa da acomodação do mercado de trabalho.

A previsão é do economista da LCA Consultores Douglas Uemura, que participou nesta segunda-feira (29) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Com o desaquecimento da economia, a gente espera que o mercado de trabalho mostre uma acomodação - tanto as contratações como os reajustes salariais -, levando a uma tendência de elevação da inadimplência ao longo de 2011.”

Uemura explica que, embora o estoque de dívida das famílias esteja se elevando, os prazos têm se alongado, permitindo que o comprometimento da renda com o pagamento de juros e do principal não cresça muito. “É uma fator para ficar alerta, mas a gente não verifica um quadro de crescimento explosivo do endividamento do consumidor.”

O cenário para as pessoas jurídicas é bem diferente do observado em relação aos consumidores. Segundo a LCA, o crédito para as empresas ainda não retomou o patamar pré-crise, mas a tendência é positiva, com mais empréstimos e inadimplência em queda.

 

O estoque de crédito avançou, em outubro, pelo sexto mês consecutivo, atingindo 47,2%. “Se você comparar com vários países desenvolvidos, o percentual ainda é baixo. Mas, com certeza, houve um avanço significativo nos últimos anos. O crédito imobiliário ainda tem muito espaço para crescer. No Brasil, ele é de apenas 3,7% do PIB enquanto nos Estados Unidos chega a 100%”, diz Uemura.

Na entrevista (para ouvir, clique na imagem ao lado), o economista da LCA Consultores analisa a liderança dos bancos públicos na concessão de crédito no período pós-crise, a recente alta dos juros ao consumidor e o impacto que um eventual aperto monetário terá na oferta de crédito em 2011. 

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