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Foco do Centrão, FNDE será comandado por secretária da Fazenda do Ceará

Atualmente, o FNDE é comandado por indicados políticos de caciques do Centrão. O presidente do órgão é Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira (PP-PI)

FNDE (Mariana Leal/MEC/Flickr)

FNDE (Mariana Leal/MEC/Flickr)

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Agência O Globo

Publicado em 27 de dezembro de 2022 às 16h25.

Última atualização em 27 de dezembro de 2022 às 17h36.

Um dos órgãos mais cobiçados por líderes do Centrão nos últimos anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) será comandado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva por Fernanda Pacobahyba, atual secretária de Fazenda do governo do Ceará.

O nome de Pacobahyba foi anunciado nesta terça-feira pelo futuro ministro da Educação, Camilo Santana, com quem a secretária trabalhou. Santana deixou o governo em março deste ano para concorrer a uma cadeira no Senado. Ele foi eleito, mas deve se licenciar do mandato para assumir o MEC.

Auditora Fiscal Jurídica da Receita Estadual do Ceará desde 2009, Pacobahyba é formada em direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A futura presidente do FNDE também tem doutorado em direito tributário pela PUC de São Paulo.

Santana citou Pacobahyba como uma pessoa de "sua confiança". Ela será a primeira mulher a comandar a instituição.

"Vou trazer uma pessoa da minha confiança, que é especialista na área, servidora pública de carreira, que cumprirá essa missão para reorganizar. Aliás, a gente precisa reorganizar o Inep, a Capes, o FNDE, que são estruturas muito importantes para a execução das políticas de educação no Brasil. Então vamos trazer pessoas especialistas e em breve vamos anunciar", afirmou o futuro ministro.

Atualmente, o FNDE é comandado por indicados políticos de caciques do Centrão. O presidente do órgão é Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil, no Senado. O diretor de Ações Educacionais, por sua vez, é Gharigan Amarante, homem de confiança de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro.

Com orçamento de R$ 45,6 bilhões neste ano, o FNDE teve compras apontadas como suspeitas neste ano. Uma delas, reveladas pelo O Globo, envolvia a aquisição de mesas e cadeiras escolares em um número 370 vezes maior que o necessário. A licitação foi revista após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar as possíveis irregularidades.

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