Ciro: pedetista afirmou que FHC "não tem respeito a nada e a ninguém" (Exame/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de setembro de 2018 às 21h11.
Brasília - O candidato à Presidência pelo PDT nas eleições 2018, Ciro Gomes voltou a ironizar nesta sexta-feira, 21, o apelo feito nesta quinta-feira, 20, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que, em carta, pediu a união do centro político nas eleições de 2018. "É muito mais fácil um boi voar de costas. O FHC não percebe que ele já passou. A minha sugestão para ele, que ele merece, é que troque aquele pijama de bolinhas que está meio estranho por um pijama de estrelinhas. Porque, na verdade, ele está preparando o voto no Fernando Haddad (PT), porque ele não tem respeito a nada e a ninguém, a não ser ao seu próprio ego", afirmou Ciro em um ato de campanha realizado no Núcleo Bandeirante, região administrativa de Brasília.
Ainda nesta sexta-feira, os presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede) também comentaram a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Boulos chamou FHC de "hipócrita" e disse que a ascensão de Jair Bolsonaro é responsabilidade do PSDB. Já Marina disse que os tucanos enfrentam as mesmas dificuldades do PT.
A carta do ex-presidente tucano foi um pedido feito pelo seu partido diante da polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no primeiro turno da campanha presidencial. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin está estagnado nas pesquisas de intenção de voto e não tem conseguido deslanchar para poder brigar por um lugar no segundo turno.
Nesta madrugada, após o debate das emissoras católicas em Aparecida, Ciro já havia atacado FHC ao dizer que ele é "um dos responsáveis pela situação que nós vivemos".
Ciro também voltou a criticar Bolsonaro ao afirmar que "só uma pessoa muito inocente, doida para ser enganada, acredita que o Bolsonaro vai dar 15 dias de atenção ao Paulo Guedes", em referência ao economista da campanha do adversário. O candidato citou uma propaganda que era veiculada no interior do Ceará de um xarope que tinha como slogan: "só burro não toma Castaniodo".
Guedes e Bolsonaro divergiram nesta semana depois de o primeiro propor a volta da CPMF, imposto sobre transações bancárias, e ser, logo em seguida, desautorizado pelo presidenciável.
"O governo Bolsonaro não acontecerá porque eu vou pedir a Deus que ilumine a minha palavra para proteger o Brasil desse salto no escuro", disse.
Em entrevista à imprensa, Ciro também rechaçou a pecha de machista, disse que as mulheres irão salvar o Brasil do fascismo, prometeu que vai fiscalizar e multar empresas que pagarem salários menores às suas empregadas em funções desempenhadas igualmente por homens e disse que irá aumentar a pena para o feminicídio.
"As mulheres brasileiras e os mais pobres vão salvar o nosso País do precipício, do fascismo, do militarismo extremista radical. As mulheres brasileiras têm direito que o país reconheça o seu momento e o país tem que garantir aquilo que já está na regra: mulher que faz o mesmo trabalho de homem tem que receber o mesmo salário de homem", disse.
O candidato afirmou ainda que irá combater a violência contra a mulher e aproveitou o tema para criticar os boatos de que teria agredido a ex-mulher Patrícia Pilar. "É uma coisa extremamente vergonhosa", disse. Nesta semana, a atriz e diretora gravou um vídeo divulgado em redes sociais para desmentir o rumor.
"Eu vou resolver isso, eu vou me vingar disso protegendo o povo brasileiro, especialmente as mulheres contra o nazifascismo que o senhor Bolsonaro representa", completou.