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Dilma nega medidas erradas no combate à inflação

A presidente destacou que a inflação medida no seu governo e do ex-presidente Lula foram menores que a medida no governo Fernando Henrique Cardoso


	Dilma: "asseguro que a inflação ficará abaixo do limite superior da meta"
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma: "asseguro que a inflação ficará abaixo do limite superior da meta" (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2014 às 17h39.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff reiterou nesta segunda-feira, 28, o compromisso com o combate à inflação. "A inflação desorganiza a economia, não permitiremos que essa praga volte a corroer nosso tecido econômico", disse durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.

Dilma discorda da ideia de que tenha havido algo errado no combate à inflação. Ela lembrou que o sistema de metas é de 1999 e tem, portanto, 15 anos.

Segundo Dilma, a inflação "não está descontrolada". "Asseguro que ela ficará abaixo do limite superior da meta. Sempre se mediu a inflação anualizado. Está a 0,02% acima do limite, e em trajetória decrescente", afirmou.

A presidente destacou que a inflação medida no seu governo e do ex-presidente Lula foram menores que a medida no governo Fernando Henrique Cardoso.

"No meu período, a inflação, se você comparar os primeiros anos dos governos, os meus e do Lula se calibram, o meu um pouco menor, porque o Lula pegou a taxa de inflação de 12%, na época do FHC. Usam dois pesos e duas medidas. A inflação não está descontrolada, está no centro. Ela está no teto da banda e vamos ficar nesse teto da banda."

A presidente voltou a falar da crise econômica e afirmou que acha que "todos nós erramos porque a gente não tinha ideia do grau de descontrole que o sistema financeiro tinha atingido".

Segundo ela, o trabalho foi grande para impedir o tradicional efeito da crise, que era desempregar e arrochar o salário e fazer com que a população "pagasse o pato da crise".

Chantagem

A presidente afirmou que não se sentiu chantageada pelo PR ao trocar recentemente o então ministro dos Transportes, César Borges, pelo atual titular da pasta, Paulo Sérgio Passos.

O ministério dos Transportes é da cota do PR, que pressionou Dilma a fazer a troca nas vésperas de decidir qual candidato apoiaria na disputa presidencial. Com a reforma no ministério, o PR se manteve na base do governo e declarou apoio à reeleição da presidente Dilma.

A presidente fez elogio aos dois ministros - César Borges foi deslocado para a secretaria de Portos - e disse que ambos têm grande capacidade técnica. "Não interrompi a governabilidade na área dos Transportes", destacou.

Ela também lembrou que, ao nomear inicialmente César Borges, ela havia atendido uma reivindicação do próprio PR.

Questionada se o fato de a troca de César Borges por Paulo Sérgio ter sido discutida pelo ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto, um dos condenados no processo do Mensalão e que está preso, geraria desgaste para o governo, Dilma respondeu: "Você está dizendo que foi discutido na cadeia, comigo foi no Palácio do Planalto", disse.

"Não tenho nenhum fato que desabone o Paulo Sérgio. Não me senti chantageada. Me sentiria se eu botasse uma pessoa na qual eu não confio e não conheço".

Pasadena

Dilma afirmou que considera não ter saído desgastada do processo que envolveu a compra de metade da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006.

Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU), por unanimidade, isentou Dilma e os demais integrantes do Conselho de Administração da estatal de responsabilidade pela aquisição. O TCU decidiu culpar a Diretoria Executiva da companhia e cobrará dos integrantes do órgão à época US$ 792 milhões.

Dilma ressaltou que o ministro José Jorge, relator do processo de Pasadena no TCU, não é ligado ao partido dela nem tem qualquer relação com ela.

O voto de Jorge foi o condutor pela decisão unânime do tribunal de isentá-la. "Não há como dizer que o ministro-relator tenha qualquer relação comigo", afirmou. Antes de chegar ao TCU, José Jorge foi senador pelo DEM, partido de oposição.

Dilma participa neste momento de uma sabatina por Folha, UOL, SBT e rádio Jovem Pan. A entrevista ocorre no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República em Brasília.

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