Janja: primeira dama abriu o seu discurso utilizando gênero neutro, com "todos e todes" (Ricardo Stuckert/Lula/Twitter/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 8 de março de 2023 às 14h27.
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou nesta quarta-feira, 8, que é um alvo de ameaças nas redes sociais maior do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante um evento de homenagem ao Dia Internacional da Mulher no Senado Federal, a socióloga defendeu a presença de mulheres na política e se comprometeu a lutar contra a violência e gênero nos espaços de poder. O encontro marcou a entrega do diploma Bertha Lutz, que Janja recebeu ao lado de outras seis mulheres.
Janja abriu o seu discurso utilizando gênero neutro, com "todos e todes", e compartilhou a situação de ataques que tem vivenciado. "Tenho sido o principal alvo de mentiras, ataques a honra e ameaças nas redes sociais, ate mais que o presidente da República. Sei que muitas de vocês também passam por isso, pela mesma e terrível experiência de ver seu nome, seu corpo, sua vida exposta de uma forma mentirosa", afirmou.
A primeira-dama lembrou o recorde no número de mulheres ocupando os ministérios e também defendeu a ampliação da presença feminina na política. "Precisamos institucionalizar a nossa presença nos espaços de poder e garantir que exista e sejam cumpridas as regras de paridade. Também serei aliada incondicional de primeira hora nas ações de violência e gênero na política", disse. "Nenhuma de nós com medo, todas de nós na política."
Nas últimas eleições, o País consolidou um número recorde de mulheres no Senado, somando 15 parlamentares, mas ainda longe da metade do total de 81 cadeiras. Na Câmara, as deputadas representam apenas 18% das 513 vagas, mesmo com o aumento de 41% nas candidaturas nas eleições de 2018 para 2022. No caso dos ministérios, Lula levou 11 mulheres para o primeiro escalão - há 37 cargos disponíveis.
O Senado Federal entregou nesta quarta-feira, 8, o diploma Bertha Lutz para sete mulheres que contribuíram, de forma relevante, para a defesa dos direitos das questões de gênero no Brasil. O prêmio leva o nome da bióloga e advogada paulista que foi uma das figuras mais importantes do feminismo e da educação no País durante o século XX.
Os nomes foram escolhidos pela bancada feminina da Casa. Na lista de homenageadas, estão nomes das áreas de segurança pública, da comunicação e do direito. Dentre as premiadas estão Ilona Szabó de Carvalho, Ilana Trombka, Nilza Valéria Zacarias, Rosa Weber, Rosângela Silva, Clara Filipa Camarão e Glória Maria.