Dilma Rousseff: “Muitas vezes se assentaram famílias em lugares que não tinha como [o produtor] se sustentar”, afirmou a presidente (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 15h53.
Brasília – Os 100 imóveis rurais que serão desapropriados até o fim do ano para reforma agrária, como anunciaram hoje (17) a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, somam 200 mil hectares, o equivalente a 200 mil campos de futebol, e receberão 5 mil famílias, de acordo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
A maior parte dos beneficiários está na Região Nordeste.
A presidente Dilma disse que o ministro Pepe Vargas avançou no método de desapropriação de terras, fazendo uma avaliação da viabilidade produtiva dos núcleos de povoamento de trabalhores rurais e entregando as terras prontas para produzir.
“Muitas vezes se assentaram famílias em lugares que não tinha como [o produtor] se sustentar”, disse, criticando assentamentos feitos no passado sem condições de o agricultor obter renda da terra.
Nos últimos dias, foram promovidos atos em diferentes regiões do país em defesa da reforma agrária. Trabalhadores rurais e peritos do Incra protestaram contra a paralisação da desapropriação de terras.
Eles alegam que o governo não assinou nenhum decreto de desapropriação em 2013, sendo o menor índice desde 1992, quando foram publicados quatro decretos.
O ministro Pepe Vargas ressaltou que é necessário superar a ideia de que o Incra é responsável por todas as políticas públicas nos núcleos de povoamento de camponeses.
“O assentamento precisa de infraestrutura, de água, de luz, de estrada, de energia elétrica. O Luz para Todos mostra que é possível um programa atender à reforma agrária e é desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia. O Água para Todos também envolve outros ministérios”, disse o ministro.
O anúncio da desapropriação foi feito durante lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – Brasil Agroecológico. O plano vai incentivar o cultivo de alimentos orgânicos, com base agroecológica. Serão investidos R$ 8,8 bilhões em três anos.
A maior parte dos recursos, R$ 7 bilhões, será liberada pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e o Plano Agrícola e Pecuário.