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Casa Civil exonera servidores para fazer "despetização do governo"

Anúncio da exoneração em massa feito por Onyx Lorenzoni foi feito após seu discurso para assumir a pasta

Onyx Lorenzoni: "O governo é novo, veio um novo Brasil. Ou afina com a gente, ou troca de casa" (Rafael Carvalho / Governo de Brasília/Divulgação)

Onyx Lorenzoni: "O governo é novo, veio um novo Brasil. Ou afina com a gente, ou troca de casa" (Rafael Carvalho / Governo de Brasília/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 19h20.

Brasília — O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou nesta quarta-feira a exoneração de cerca de 320 cargos em comissão no ministério para "despetizar" o governo federal, e afirmou que vai sugerir durante reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira que os demais ministros façam o mesmo.

Onyx afirmou que serão ressalvadas desta medida os integrantes da Subchefia de Assuntos Jurídicos e da Imprensa Nacional, responsável pela publicação do Diário Oficial da União.

"Isso faz parte um pouco daquela frase que o presidente Bolsonaro dizia na campanha, fazer a despetização do governo federal. E amanhã na reunião ministerial eu vou sugerir que os ministros possam também seguir neste caminho", disse Onyx em entrevista a jornalistas para anunciar a exoneração em massa.

"O governo é novo, veio um novo Brasil. Ou afina com a gente, ou troca de casa. É simples assim", acrescentou o ministro, que reconheceu a existência de riscos ao funcionamento da máquina coma exoneração de mais de 300 funcionários.

O ministro disse ainda que aqueles que forem exonerados e quiserem continuar no governo serão entrevistados pela equipe para que haja certeza de que estão alinhados ao projeto de Bolsonaro e que o prazo "auto-dado" é de reconstituir a equipe em duas semanas.

O anúncio da exoneração em massa feito pelo chefe da Casa Civil acontece horas depois de Onyx fazer no discurso de transmissão de cargo na pasta um convite à oposição a Bolsonaro para que faça um pacto a favor do Brasil.

Fontes com conhecimento da máquina pública disseram à Reuters que as redes sociais de integrantes da administração pública têm sido analisadas por integrantes do novo governo e que alguns funcionários, inclusive, apagaram seus perfis e criaram novos para escapar deste escrutínio.

Marun e Congresso

Ao mesmo tempo que anunciou uma "despetização" da máquina pública, Onyx disse que Bolsonaro resolveu manter a decisão do ex-presidente Michel Temer que, nos últimos dias de seu mandato, nomeou o ex-ministro da Secretaria de Governo Calos Marun para o conselho de Itaipu Binacional para um mandato de dois anos.

O atual titular da Casa Civil disse que a decisão é um "gesto de boa vontade" de Bolsonaro para com Temer, até pela contribuição que o atual ocupante do Planalto recebeu de seu antecessor na transição de governo.

No mesmo dia em que o presidente do PSL, partido de Bolsonaro, deputado eleito Luciano Bivar (PE), anunciou apoio da sigla à reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e defendeu a candidatura do senador eleito Major Olimpio (PSL-SP) ao comando do Senado, Onyx voltou a afirmar que o Executivo não vai interferir nas eleições para a presidência das duas Casas do Congresso.

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