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Bolsonaro se diz favorável, embora preocupado, com aliança Boeing-Embraer

"Seria muito bom essa fusão, mas nós não podemos, como está na última proposta, não é?", disse o presidente

Embraer: ações da empresa fecharam com queda de 5,25% na Bovespa (Paulo Whitaker/Reuters)

Embraer: ações da empresa fecharam com queda de 5,25% na Bovespa (Paulo Whitaker/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 19h14.

As ações da Embraer fecharam com queda de 5,25% na Bovespa após o presidente Jair Bolsonaro se dizer partidário, mas com reticências, da fusão da fabricante aeronáutica brasileira com a gigante americana Boeing.

"Seria muito bom essa fusão, mas nós não podemos, como está na última proposta, não é? Daqui a cinco anos, tudo pode ser repassado para o outro lado", afirmou Bolsonaro à imprensa na Base Aérea de Brasília ao ser consultado sobre se apoiará a "venda" da brasileira.

"A preocupação nossa é essa, é um patrimônio nosso, sabemos da necessidade dessa fusão", mas existe a preocupação de que "a competitividade não venha se perder" com essa fusão, avaliada em 5,26 bilhões de dólares, acrescentou.

As declarações de Bolsonaro, que assumiu o poder em 1º de janeiro, tiveram impacto imediato no mercado. As ações ordinária da Embraer caíram 5,25% pouco antes do fechamento da bolsa, mas o índice Ibovespa conseguiu subir 0,41%.

O acordo prevê que a Boeing assuma o controle das atividades civis da Embraer por 4,2 bilhões de dólares, controlando 80% do capital do novo grupo. Os 20% restantes ficariam com a companhia brasileira.

Segundo as duas empresas, o novo grupo será líder da aviação comercial.

Os setores de defesa e aviação executiva da Embraer não entram no acordo, que foi finalizado em julho.

A Embraer é a terceira maior fabricante aeronáutica do mundo, com faturamento de cerca de 6 bilhões de dólares e 16.000 funcionários, além de uma gama de jatos civis, militares e também de negócios.

Com sede em São José dos Campos, a Embraer foi privatizada em 1994, mas o governo conservou um poder de veto em questões estratégicas, o "golden share" - que poderia ser usado por Bolsonaro.

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