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Aluno é preso suspeito de fazer Enem para candidatos e conseguir aprovação

Estudante de Medicina da UEPA teve prisão preventiva decretada por falsidade ideológica

Aluno em prova do Enem: agentes chegaram a procurá-lo em casa, na cidade de Marabá, mas não o encontraram (Rafa Neddermeyer/Getty Images)

Aluno em prova do Enem: agentes chegaram a procurá-lo em casa, na cidade de Marabá, mas não o encontraram (Rafa Neddermeyer/Getty Images)

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Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 30 de março de 2024 às 10h48.

Um estudante de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), do campus de Marabá, foi preso de forma preventiva nesta sexta-feira, 29, sob a suspeita de fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no lugar de, pelo menos, outros dois candidatos. A fraude funcionou e os estudantes que não fizeram o vestibular acabaram sendo aprovados em Medicina na mesma UEPA.

A defesa do estudante afirma que vai pedir pela revogação da prisão por entender que a liberdade do estudante não prejudica as investigações.

De acordo com a PF, as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos estudantes inscritos no Enem. Quem fez a prova no lugar dos candidatos, segundo as investigações, foi André Rodrigues Ataíde, aluno de Medicina da UEPA, que teve um rendimento necessário para a aprovação dos vestibulandos.

A hipótese é que Ataíde tenha usado documentos falsos para driblar a fiscalização. A fraude foi praticada em 2022 e 2023, mas a Polícia Federal apura se o esquema não funcionou em outras edições do Enem e se outros candidatos também não foram aprovados no vestibular pela mesma estratégia criminosa. Os estudantes que ingressaram na UEPA com a ajuda de Ataíde, que não tiveram a identidade revelada, estão sendo investigados.

Em nota, a Universidade do Estado do Pará afirma que os três alunos foram suspensos para garantir a "transparência da apuração", e diz que "realiza um processo disciplinar interno sobre o caso".

Entenda o caso

André Ataíde teve prisão preventiva decretada por falsidade ideológica, uso de documento falso e estelionato, e a sua captura foi parte operação Passe Livre, deflagrada pela Polícia Federal em 16 de fevereiro deste ano. Na ocasião, a PF realizou três mandados de busca e apreensão, mas não efetuou prisões.

Os agentes chegaram a procurá-lo em casa, na cidade de Marabá, na última quarta-feira, 27, mas não o encontraram. O estudante de Medicina foi localizado nesta sexta na casa de outros familiares, em Belém, e teve a prisão efetuada.

Em nota, a defesa de André Ataíde afirma que vai pedir pela revogação da prisão por entender que a liberdade do estudante não prejudicará as investigações e nem se configura uma ameaça à garantia da ordem pública.

"André não estava foragido, e o motivo dele ser encontrado na casa de familiares, em Belém, se dava em razão do feriado da Semana Santa e de um tratamento médico que o estudante vem realizando na capital paraense", disse o advogado Diego Adriano Freires, em nota enviada à reportagem.

"A defesa ainda analisará tudo e o todo que foi anexado aos autos, a partir do franqueamento e vista da íntegra da decisão que ensejou a prisão do estudante", completou.

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